Preparados? Um capítulo enorme para vocês ♥️
Beijos e boa leitura!!
(...)
Marcela não tinha o costume de levar pessoas para casa no final da noite, mas Bianca não era qualquer pessoa. Depois da ida ao aquário, foram juntas jantar em um restaurante na Barra mesmo. Ninguém gostava do Centro do Rio de Janeiro, principalmente quando anoitecia. Para Marcela, a única coisa que o Centro oferecia de bom eram as lojas baratas e os camelôs mais baratos ainda. Fora isso, quanto mais longe ficasse do lugar, melhor. Perigoso, sujo e visualmente abandonado, preferia lidar com o lado onde morava mesmo.
Depois disso, sem convite, foram juntas para a casa da loira. Marcela não precisava de rodeios para fazer as coisas acontecerem com Bianca, por isso dentro do carro já estavam se beijando, no estacionamento mesmo. E não demorou muito para estarem na sala, a loira contra a porta, Bianca a pressionando com o corpo e os beijos acontecendo da forma que sempre aconteciam, ousados e intensos.
Bianca era como uma tsunami, insaciável, incontrolável, que levava tudo por onde passava. Era exatamente disso que Marcela precisava, de uma onda que a arrastasse dos pensamentos involuntários, que a fizesse esquecer de toda a raiva que estava sentindo. E não tinha como não esquecer, não tinha como não se perder naqueles lábios deliciosos que há meses não explorava seu corpo.
Quando dormiram já era quase três da manhã e Marcela nem fôlego tinha mais para sequer falar. Foram 6 horas fazendo sexo direto e o sono veio quase automático. Só acordaram no outro dia, cada uma em um lado da cama. Não tinham o costume de dormirem agarradas, mas era só amanhecer que o sexo começava de novo. E, só depois de mais uma rodada, decidiram tomar café na rua.
Estavam em um quiosque onde conhecia os donos desde pequena, então se sentia a vontade ali de alguma forma. Juntas comeram um pão na chapa. Marcela pediu um suco de laranja, Bianca café com leite. Então ficaram tanto tempo ali, conversando, que perderam a noção do tempo. Pediram dois cocos gelados e seguiram batendo papo.
Tanto a areia quanto o calçadão estavam cheios, muitas pessoas caminhando, tomando sol. Embora não estivesse tão quente como a maioria dos cariocas gostava, o tempo estava excelente. O céu azul parecia uma pintura, combinando com o mar cintilante de ondas medianas, com alguns surfistas que pacientemente esperavam por ondas perfeitas.
- Eu não quero namorar tão cedo - Bianca se defendeu quando Marcela disse que ia arrumar uma mulher para ela. - Estou bem solteira.
Ambas riram e se olharam nos olhos, compartilhando o momento que era tão comum entre ambas quando estavam juntas. Então Marcela aproximou o rosto e a beijou nos lábios. O beijo não tinha pretensão nenhuma de ser longo, mas geralmente tudo com Bianca era intenso demais.
- Um coco gelado, João, por favor!
A voz de Gizelly fez com que Marcela interrompesse o beijo bruscamente, deixando Bianca confusa.
- O que foi? - Ela perguntou.
Mas Marcela nem escutou a pergunta, pois seus olhos encontraram Gizelly naquele exato momento. Pensou ser coisa de sua cabeça, como se tivesse vendo-a em todo lugar, mas era ela mesmo. Gizelly estava somente de biquíni - vermelho e minúsculo -, o corpo bronzeado e suado. Estava de lado para onde estavam sentadas, conversando com o atendente, que parecia conhecê-la bem, então ela pegou o coco gelado e o canudo de papel.
- Marcela? - Bianca olhou para onde olhava e não deu tempo de disfarçar. - Uau, quem é ela?
Droga, não era para Bianca ter percebido que estava olhando, mas ela sempre foi muito perspicaz. Sabia que não adiantaria mentir, mas não queria contar nada, não queria expor toda a situação. Por isso deu de ombros, mostrando a ela que não queria falar sobre o assunto. Felizmente, como achou que aconteceria, pois conhecia bem a amiga, ela não insistiu. Diferente disso, Bianca mudou de assunto e começou a falar sobre marcarem uma saída com todo mundo qualquer dia.
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Santuário
FantastiqueEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...