Tô tentando voltar rápido ❤️
Estamos perto de acabar 🥺
Boa leitura, gente ❤️
(...)
Marcela não sabia ao certo do que morreria primeiro.
A crise de ansiedade que estava começando a ter por causa de toda aquela situação era uma boa candidata.
Ou simplesmente tomasse um tiro que a fizesse ficar em coma por 6 meses.
Um milhão de coisas passavam por sua cabeça enquanto os olhos percorriam de um jeito nervoso pelo lado interno do carro, rapidamente. O coração estava prestes a sair pela boca, as mãos tremiam, a respiração estava eufórica.
Mesmo nesse estado deplorável, sua mente captou algumas informações involuntariamente. Sobre o porta luvas havia um fuzil dourado, provavelmente do motorista, que deu partida cantando pneu quando o parceiro que a jogou no banco de trás se enfiou no banco do carona.
O motorista tinha um cigarro enorme de maconha na mão e passou para o comparsa um tempinho depois. Ambos estavam com capuz, mas ainda assim Marcela não conseguia ver o rosto deles pelo retrovisor interno. O cheiro de maconha estava insuportável, pois agora todas as janelas estavam fechadas.
Fora isso, não conseguia pensar em outra coisa. Eles estavam em silêncio ainda, como se o trabalho deles fosse apenas leva-la para algum lugar. Estava morrendo de medo de ser estuprada e morta, afinal isso era o que mais acontecia com mulheres por aí. Mas também não ousou perguntar o que eles queriam, sua situação já estava deplorável o suficiente.
Então apenas apoiou a cabeça no banco e fechou os olhos, se concentrando em tudo que estava acontecendo em seu corpo. Respirou fundo incontáveis vezes, tentando diminuir a velocidade da respiração, tentando controlar os sinais claros da crise. Era um objetivo totalmente impossível quando você estava sendo sequestrada por bandidos armados até os dentes, mas continuou tentando mesmo assim.
Conforme o carro passava em alta velocidade por outros ainda na Linha Amarela, a noite foi terminando de cair. Estava quente e no céu as estrelas começavam a brilhar. Marcela percebeu que os bandidos a ignoravam desde que havia sido jogada no banco de trás.
E foi por esse motivo que conseguiu relaxar pelo menos um pouco, conseguiu controlar a ansiedade, mas ainda assim continuou aflita, olhando para fora do carro o tempo inteiro para saber exatamente para onde os homens a estavam levando. Quando chegaram na Barra, o motorista vai fez o retorno, seguiu pela Avenida das Américas rumo ao Recreio.
Só pararam quando chegaram no final da praia do Pontal, em um lugar bem isolado. Marcela respirou fundo e fechou os olhos por um segundo, antes da porta do carro ser aberta e ela ser arrancada lá de dentro a força. Não gritou, não esperneou, não fez resistência, só se deixou ser levada por eles, ambos com um fuzil enorme pendurado no pescoço e pistola na cintura.
A professora olhou em volta, tentando ser o mais discreta possível, e percebeu que as pessoas estavam longe demais para notarem que algo de muito errado estava acontecendo. Quando chegou perto da trilha, Marcela notou finalmente do que se tratava.
Lembrou na mesma hora das palavras da namorada, dias atrás.
O velho a esperava em um terno impecável.
Na mesma hora tudo o que estava sentindo desapareceu. A respiração ofegante, os batimentos acelerados, os tremores, a ânsia de vômito, tudo sumiu e deu espaço para o mais puro e leve sentimento de ódio.
Marcela nunca sentiu ódio de verdade de alguém, o mais próximo disso foram os sentimentos que teve por Carolina quando tudo aconteceu no passado, quando namoravam.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Santuário
ParanormalneEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...