Uma maratona de respeito porque sei que vocês estão curiosos ♥️
(...)
Marcela sentiu a textura dos lábios de Carolina sobre os seus, macios e provocantes. Mas, por mais que no passado amasse beijá-la, não sentiu absolutamente nada quando ela o fez agora. Então, tão rápido ela investiu, segurou os braços dela que estavam em volta do seu pescoço e os tirou, afastando-a do seu corpo.
- Não adianta você tentar essas coisas - disse para ela, sentindo uma vontade súbita de chorar. - Eu não consigo, e não é pelo que você me falou. Mesmo se eu te perdoar, eu não consigo.
- Por quê?
- Porque eu estou apaixonada por outra pessoa - aquela era a primeira vez que estava falando em voz alta, tentou não ficar assustada com isso.
Carolina apareceu chocada, as sobrancelhas franziram e ela recuou dois passos.
- A Gizelly?
- Vejo que você aprendeu o nome dela - Marcela sorriu de leve. - Ela é uma idiota na maior parte das vezes, talvez não dê certo, talvez dê, eu realmente não sei. Mas a questão é que eu sinto algo muito forte por ela e que, independe do que acontecer, você e eu jamais ficaremos juntas outra vez.
Depois das palavras, o silêncio durou longos segundos. Pela primeira vez conseguiu manter os olhos diretamente nos de Carolina sem se sentir intimidada, embora ainda sentisse toda a dor que ela havia lhe causado no passado.
- Você sabe que eu não vou desistir, né?
- É um direito que você tem - deu de ombros e se afastou dela para voltar para a sala. - Só não quero que você espere algo de mim.
Antes de sair, a ouviu dizer:
- Será que você vai me perdoar a ponto de sermos amigas de novo?
- Quem sabe?
Foi tudo que disse e simplesmente saiu da cozinha, deixando-a para trás.
(...)
Gizelly não queria fazer outra cena na frente da família de Marcela, mas realmente não estava com cabeça para isso no momento. Todas aquelas palavras, toda a cena em si, a deixaram completamente perturbada. Nem percebeu que passou direto por todos na sala e saiu da casa sem dizer uma só palavra.
Estava quase chegando no carro quando alguém segurou seu braço. Nem ao menos tinha percebido que os olhos estavam cheios de lágrimas. Havia sido burra de ter ido até ali, deveria ter ficado longe, como a razão lhe aconselhava, lhe martelava a cabeça. Geralmente não agia pela emoção, preferia se resguardar para o caso de alguma coisa acontecer e acabar sofrendo como consequência. Sempre foi assim e estava sentindo uma idiota por ter feito diferente.
Quando se virou, com raiva e os olhos marejados, se surpreendeu ao ver que era Mariana que a segurava pelo braço com carinho. Estava prestes a puxar, mas seu corpo relaxou ao perceber que não era Marcela.
- O que aconteceu? - O tom de voz da chef de cozinha era brando. - O que você viu?
Não queria falar, mas sem querer as palavras saíram sem sua permissão. Contou tudo que viu e ouviu, sobre como elas tinha uma conexão e que dava para sentir de longe mesmo quem não as conhecia. As lágrimas escorreram e não sabia exatamente o porquê, não sabia se era de raiva ou de tristeza, ou podia ser os dois. Gostava de Marcela, mas não tinha sanidade suficiente para aturar aquele tipo de coisa. Não tinha como comparar o que tinham com o que elas tiveram.
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Santuário
ParanormalEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...