Tô sem tempo nenhum, mas voltei. Boa leitura gente
(...)
Marcela pensou que o amor incondicional não existia e manteve o mesmo pensamento até o dia em que Pérola nasceu.
Não levem a mal. Amava Gizelly com todas as forças de seu ser, foram feitas uma para a outra. Com todos os altos e baixos que tiveram e que ainda tinham nos dias atuais, ela continuava sendo a mulher da sua vida. Esse sempre seria um fato incontestável.
Ainda assim, era um amor que podia mudar algum dia. Assim como foi com Carolina, que um dia foi um grande amor sem fronteiras. O amor é moldado com o tempo. Mesmo que tudo mude, o amor é amor.
Mas com Pérola, quando viu aqueles olhinhos claros pela primeira vez, foi como se nada mais no mundo fizesse mais sentido. Ela acabou se tornando a coisa mais importante da sua vida.
E a mesma coisa aconteceu com Dylan. Mesmo com todas as desavenças, Marcela sempre seria grata a Gizelly por ter dado-lhe o maior presente de todos os tempos. Seus filhos eram o seu bem mais precioso.
Depois de respirar fundo um par de vezes, entrou na cozinha finalmente. Acabou assustando os três sem querer e sorriu com as carinhas de espanto por serem pegos no meio da surpresa sem sequer terem terminado.
- Mamãe! - Os dois pequenos gritaram ao mesmo tempo.
Pérola pulou da cadeira como uma flecha e Dylan fez o possível para não cair durante o processo. Então eles se aproximaram e se jogaram em seus braços.
- A senhora demorou, mamãe - Pérola reclamou, sem desgrudar os bracinhos branquicelos.
- Tive que fazer algumas reuniões. Como foi na escola?
- Muito legal, tirei nota boa no ditado. Não errei nem uma palavra - ela disse, orgulhosa. A expressão era a mesma que Gizelly fazia toda vez que tirava 10 na sua matéria.
E era a mesma toda vez que não conseguia atingir a nota máxima. Elas eram tão idênticas que chegava a ser irritante.
- Parabéns, meu amor - beijou a testa dela com carinho. Sempre procurava reconhecer qualquer conquista feita por eles, mesmo sendo algo mínimo. - E você, Dyl?
- Dyl desenhou a família dele.
- Ah, é? A mamãe pode ver? - Marcela os soltou e se levantou, caminhando até Gi e dando-lhe um selinho casual. - Boa noite.
- Sim! - E o pequeno saiu correndo da cozinha antes mesmo que alguém pudesse dizer alguma coisa.
Marcela riu com a empolgação, mas sentia a presença de Gizelly ao seu lado. Ainda estava morrendo de saudades, odiava isso.
- Boa noite, você demorou.
- A reunião com a Viviane demorou. Aproveitei que você foi buscar as crianças e colocamos tudo em dia. Tem sido complicado, porque sempre preciso sair cedo.
- Ah, imagino mesmo que reunião foi essa.
A resposta afiada fez com que a loira arqueasse as sobrancelhas. Não esperava por essa, por mais que a conhecesse como ninguém. Era impressionante como ela mal prestava atenção no que dizia sobre seu esforço nos momentos em que ela não estava por perto. Até abriu a boca para responder, mas Dylan chegou no exato momento com um papel ofício branco todo pintado de giz de cera. Marcela o pegou com carinho e analisou o desenho, ignorando a esposa.
Algumas partes não dava para entender muito bem, eram alguns círculos pintados aleatoriamente com diversas cores. Porém, embora não fosse tão nítido assim, tinha 3 bonecos no meio, 2 pequenos e um grande. Má estreitou os olhos, contrariada.
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Santuário
ParanormalEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...