93- Para o Santuário

1.6K 181 257
                                    

OK, AGORA VAMOS ATÉ O FINAL. CHEGA!

Até domingo nós terminamos.

(...)

POV GIZELLY

As pessoas dizem que nada na vida acontece por acaso. Ou será que o acaso da vida é quando nada acontece? Afinal se nada acontece, é óbvio que em algum momento vai acontecer alguma coisa.

Este é um pensamento complexo, eu sei. Na verdade, não sei de fato em qual das duas versões eu realmente acredito. Talvez nas duas?

Acredito que o meu esbarrão em Marcela lá no aquário tenha sido obra do destino, ao mesmo tempo em que acredito que era justamente por não ter nada para fazer que eu acabei esbarrando nela. Se realmente estivesse acontecendo alguma coisa útil e fora do tédio, eu não teria saído do escritório para passear pelos corredores do aquário.

Também... Acredito que tenha sido destino encontrar minha professora e ter ficado com ela antes de conhecê-la em sala de aula.

Independente se tenha sido ou não obra do destino, se tenha sido ou não ao acaso, nada mudou desde o dia em que eu a conheci.

- Mari, por favor? - Implorei para a melhor amiga da minha namorada. - Eu nunca te peço nada, cara!

- Gizelly, para de encher o saco. Eu nao vou colocar creme de leite sem lactose. Se você quer emagrecer, vai comer folha com a Natasha.

Revirei os olhos ao mesmo tempo em que vi Natasha, que estava embaixo da mesa, virar a cara para Mariana, mostrando que ficou realmente ofendida com que ela havia dito. Ninguém entende nós duas, era impressionante. Nem mesmo o Hulk conseguia entender, e olha que ele era da mesma espécie da Natasha.

Hulk é o jabuti que dei de presente para Marcela no ano passado. Maior que a nova namorada, ele era bastante bagunceiro, mas não gostava de pessoas. Toda vez que a casa estava cheia, ele sumia. Diferente de Natasha, que era carente e se metia no meio de todo mundo sempre que podia.

- Mari...

- Não, Gizelly. Para de agir como criança, você já tem 25 anos.

Contrariada e emburrada, cruzei os braços e encostei na geladeira. Marcela estava na sala conversando com Bianca, Hari e Rafa, enquanto na cozinha Ivy e Carol ajudavam a chefe de cozinha a fazer o almoço.

- Carol? Ivy? - Tentei uma última vez.

- A cozinheira é ela - ambas responderam ao mesmo tempo.

Bufei, sem mais saber o que fazer e saí da cozinha praticamente batendo o pé. O mal de você conhecer e virar amiga a longo prazo de um grupo de pessoas era que chegava um momento da vida que ninguém mais caía nas suas chantagens emocionais.

Quando cheguei na sala, as quatro estavam jogando dominó. Fiz uma careta porque sempre achei aquele jogo de velho e me joguei de uma vez no sofá. As meninas fingiram que não me viram, mas Marcela colocou uma peça na carreira sobre o tapete liso e subiu os olhos até encontrar os meus.

- O que foi? Que cara é essa? - Mas ela sorria como se realmente quisesse saber o que tinha me deixado tão irritada.

- A Mari não quer mudar a receita do estrogonofe - dei de ombros. - Deixa, ela vai ter dor de barriga.

Marcela riu, balançando a cabeça negativamente, e colocou outra peça sobre o tapete quando completou a rodada. Então me olhou de novo e piscou um dos olhos, ainda sorrindo.

- Você sempre vai ser mimada, né? - Revirei os olhos e ela riu de novo. - Eu gosto de você desse jeitinho.

Não respondi, apenas sorri e deitei no sofá. Liguei a TV e segui assistindo um programa qualquer enquanto ela jogava e as meninas cozinhavam na cozinha.

SantuárioOnde histórias criam vida. Descubra agora