2- Sempre Estou Por aqui

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Dei uma sumida, eu sei. Fugi para a roça um pouco, mas aqui estamos de volta.

Estou muito feliz que tenham tido uma boa impressão inicial da história, muito feliz mesmo. Já aviso que aqui o circo vai ser maior que em Se Olha no Espelho KKKKKKK

Boa leitura ♥️

(...)

Embora Marcela soubesse que achar a filha do diretor geral sexy poderia fazer com que perdesse a autorização de sua pesquisa, não conseguiu dispensar a garota mesmo assim. Ela parecia saber bastante sobre o espaço e também era uma ótima companhia.

- Sou Gizelly - ela ofereceu a mão com um sorriso singelo. - Sempre tô por aqui, se você precisar da minha ajuda é só pedir para alguém me chamar no rádio.

- Marcela - a loira apertou a mão dela e retribuiu o sorriso. - Parece que vamos nos esbarrar mais vezes pelo jeito.

- Acho que eu gostaria disso.

Mais uma vez a falta de papas na língua fez com que a professora arqueasse levemente as sobrancelhas antes de finalmente soltarem as mãos. Ela estava flertando? Era isso mesmo que estava presenciando?

Não, não podia se distrair agora, embora fosse quase impossível não baixar os olhos para o corpo curvilíneo e muito bem representado nas roupas simples que ela vestia. Deu um jeito nervoso, ajeitou os óculos antes de desviar os olhos para cima ao notar uma arraia passando como se estivesse nadando em câmera lenta.

- Você gosta de animais? - Se pegou perguntando para ela depois de alguns segundos em silêncio. - Digo, você é filha do diretor e conhece tudo aqui, mas realmente gosta? Ou só é obrigada a conviver?

- Eu sou fascinada - os olhos de Gizelly pareceram brilhar. - Tô vendo que você gostou daquela arraia - ela apontou com um sorriso. - Ela é da espécie Ticonha, que sofre perigo de extinção. Nós a chamamos de Duda, ela foi a primeira da espécie a ser gerada aqui no tanque e monitoramos ela por quase um ano até que tivesse tamanho suficiente para ser transferida para cá.

Marcela estava surpresa, mas queria se aprofundar no assunto, por isso não a interrompeu.

- Temos dezoito tubarões nesse aquário e eles são predadores naturais. Então já viu, né?

Por um segundo que não soube identificar o porquê, olhou a garota com admiração. Era apaixonada por pessoas inteligentes e que mostravam o quanto gostavam de animais, principalmente os marinhos.

- Você é bióloga?

Ela balançou a cabeça.

- Não ainda, mas ser filha do diretor tem lá seus privilégios - ela deu de ombros.

Aproveitando que a garota estava disponível e sabia tudo sobre o que acontecia ali, não faria mal fazer algumas perguntas a mais. Ajudaria muito no projeto.

- Você se importaria de responder um questionário para a minha pesquisa? Digo, não agora, não tenho nada montado, mas podemos nos encontrar outro dia.

- É claro. Amanhã vou precisar viajar com a minha mãe - Gizelly revirou os olhos e Marcela achou o gesto encantador. - Podemos nos encontrar na semana que vem, pode ser?

- Ótimo, muito obrigada.

No fim das contas acabou ficando o dia inteiro dentro do aquário. Em um momento, Gizelly precisou sair para encontrar o pai, mas pediu que não fosse embora, pois iria conseguir uma autorização para que pudesse entrar no estabelecimento antes ou depois que tivesse fechado ao público, assim poderia ter mais detalhes do comportamento dos animais antes e depois das visitações, sem contar o alívio do silêncio.

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