72- Chata a Beça

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Infelizmente não consegui vir antes, mas pelo menos consegui no prazo ♥️

Boa leitura, anjos, e até sexta !!

(...)

De todas as situações perigosas que Marcela poderia enfrentar em vida, ser pega dentro do banheiro aos beijos com uma estudante não era uma das quais imaginaria. Uma estudante que no caso era sua aluna e, de quebra, também namorada. E ser pega igualmente por outra aluna, que de acordo com sua namorada maluca, tinha uma queda por si.

Ouvir a voz dela de repente no banheiro fez com que tomasse um susto imenso. Foi tão involuntário que bateu com as costas na madeira de divisão dos compartimentos. Seus olhos se encontraram com os de Gizelly, ambas de sobrancelhas arqueadas.

Foram os segundos mais longos da vida de Marcela e nem ao menos tinha percebido que não havia respondido a garota. A única coisa que conseguia pensar era que suas coisas tinham ficado sobre a pia e que felizmente a mochila de Gizelly estava sobre a tampa do vaso sanitário.

- Professora?

- O-oi, Alice - fechou a cara para Gizelly. E disse sem emitir som: - Sobe no vaso.

Queria mesmo era socar a cara dela.

Mas a morena acabou fazendo o que havia pedido, ao mesmo tempo em que revirava os olhos castanhos. Esperou primeiro que ela subisse e só então percebeu o quanto aquela cena era ridícula, ficou com vontade de ir e acabou levando um tapa silencioso na cabeça como resposta. Era nervosismo, só isso poderia explicar.

- Estou aqui - disse, tentando parecer mais firme dessa vez.

Então pensou de última hora em sacudir a porta enquanto a abria, tentando simular que a mesma estava emperrada, logo após dar uma falsa descarga no vaso. Mas não se demorou para que ela não se aproximasse muito, somente a abriu e saiu rapidamente, fechando atrás de seu corpo.

- Precisa de alguma coisa? - Marcela tinha certeza que seu coração iria pular pela boca a qualquer momento, de tão rápido que estava batendo.

- Não, na verdade - ela sorriu, os olhos escuros parecendo brilharem. Marcela a notou colocar uma mecha dos cabelos ondulados e também escuros atrás da orelha e se lembrou do que Gizelly havia dito. - Vim usar o banheiro e vi suas coisa sobre a pia. Só isso.

A aluna sorriu e caminhou até o banheiro que Marcela havia acabado de sair. A ação fez com que a loira quase tivesse um ataque cardíaco, mas se adiantou e se pôs na frente dela de modo ansioso. Alice a olhou, um pouco desconfiada.

- Essa porta está emperrada, acabei de usar e quase não consegui sair - pelo amor de Deus, nem sabia como não havia gaguejado. - É melhor você usar outro.

- Professora, você fica linda quando está nervosa - Marcela poderia jurar que ouviu um "vagabunda" vindo de dentro da cabine. - Eu não mordo - ela piscou e entrou finalmente em outro.

- Deixe de bobeiras - Gizelly ia mata-la, socorro. - E vamos logo.

Marcela não podia simplesmente deixá-la ali, vai que a menina fosse maluca e procurasse em todos os compartimentos depois que saísse? Não poderia arriscar, assim como ignorar a cantada descarada fosse a melhor alternativa que tinha pensado naquele momento, o que a faria ouvir por longos e longos dias ou até mesmo anos. Não duvidava nem um pouco disso.

Depois que ela saiu do banheiro, caminharam juntas pelo corredor, pegando o caminho mais rápido até a saída. Ao virarem na esquina, notou Gizelly pegando o caminho mais longo enquanto corria corredor afora para chegar primeiro no lugar marcado, o lugar de sempre.

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