4- Você Não Vale Um Centavo

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Oiiiii. Quanto tempo!! Sentiram minha falta? Porque eu senti a de vocês 😣

Sei que sumi, mas eu tava dando um tempo pra mim. Tava sem vontade nenhuma de fazer as coisas. Essa quarentena tá me deixando doida. Mas estamos de volta com tudo outra vez!

Aos que acompanham Transatlântico, amanhã eu posto. Trouxe aqui porque já tinha esse capítulo semi pronto e lá eu ainda só tem até a metade.

Boa leitura, meus amores ♥️

(...)

- Posso ligar o som?

- Pode - Marcela apertou o botão para fechar a janela dela. - Coloque algo que você goste. Minha playlist não vai te agradar.

- Ah, essa eu quero ver.

Marcela se perguntava se ela fazia isso de propósito ou se era natural. Estava agindo como se nada tivesse acontecido, como se o simples fato de serem aluna e professora não fosse assustador o bastante. Não podiam agir daquela forma, como se já se conhecessem há tempos, porque não se conheciam. Se viram apenas uma vez antes de hoje e era só.

Só que mesmo pensando isso, revirou os olhos ao reparar a mão estendida por alguns segundos de forma insistente. Colocou o celular na mão dela assim que desbloqueou com a sua digital. Tentou não prestar muita atenção depois disso, mantendo os olhos fixos na estrada escura. Queria se convencer de que a presença dela não a deixava nervosa, mas era quase impossível.

A morena abriu o Spotify com um sorriso no rosto e encostou o dedo sobre o botão das playlists.

- Vamos ver o que nós temos aqui...

Tinha várias diferentes, por isso rolou para baixo com curiosidade. Franzindo as sobrancelhas, notou uma com o título de "Daniel e Marcela". Como tinha um gênio muito implante, abriu essa mesmo e colocou a primeira música para tocar: Primeiros Erros, Capital Inicial.

Enquanto entrava finalmente na Linha Amarela, Marcela riu quando a música tocou, reconhecendo a playlist logo de cara.

- Sério?

- Sabia que era um ex namorado - ela sorriu travessa. - Então você é bi.

Marcela demorou alguns segundos para responder. Não devia satisfação a ela, mas esse jeito espontâneo as vezes assustava.

- Você é sempre assim, atrevida?

- É o defeito que meus pais mais odeiam - Gi deu de ombros. - Só estou querendo te conhecer.

- Você sabe que não podemos continuar com isso, né? Você não está nem um pouco incomodada? - Marcela a olhou por um segundo antes de voltar a atenção para o tráfego, foi o suficiente para seus olhos se encontrarem.

- Não, por que estaria? Nos beijamos e eu gostei e beijaria de novo, mas eu entendo seu lado agora.

- Isso é bom.

- Mas você me beijaria de novo?

Marcela riu e fez uma curva, dando um tempo para responder. Estavam quase no final da Linha Amarela.

- Não. Eu sou sua professora e você só tem 21 anos. Eu sou 10 anos mais velha, então não. Você vai encontrar alguém da sua idade.

- Eu faço 22 em outubro - revirou os olhos.

- Não muda muita coisa - Marcela riu de novo. - Mas eu seria a sua amiga, se você quiser.

- Acho que eu posso sobreviver com isso - ela brincou e por um segundo trocaram um olhar cúmplice.

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