64- Ela é Tão Única...

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Bom dia! O sol já nasceu lá na fazendinha 🎵

Chega de tombo né, meus amores?

Boa leitura bebês ♥️

(...)

De todas as coisas que já aconteceram
em sua vida, aquela era a primeira vez que Marcela realmente não sabia o que fazer. Quando a mãe perguntou se a conhecia, seu mundo desabou na mesma hora, levando todas as estruturas que havia construído com o passar do tempo. Ainda assim não se deixou chorar, não naquele momento, não sem saber se ela realmente havia esquecido ou se era alguma brincadeira de mal gosto.

- A senhora não lembra de mim? - tentou segurar a mão dela novamente, mas ela não deixou. - Sou eu, Marcela, a sua filha.

- Eu só tenho dois filhos que ficam comigo e me visitam sempre, Enzo e Mariane - a expressão estava confusa.

Marcela não sabia o que fazer, além de chorar. Tentou segurar as lágrimas o máximo que pôde, mas elas vieram mesmo assim, com muita força. Precisou respirar fundo inúmeras vezes e tudo que conseguia fazer era olhar para a cara da mãe e sentir dor com a confusão que via nela.

Então se surpreendeu quando a porta do quarto se abriu de repente. Confusa e com o rosto molhado pelas lágrimas, virou o rosto para ver quem era que estava entrando. Era Gizelly, o que a deixou ainda mais confusa, já que só podia entrar uma pessoa de cada vez.

- Eu enchi o saco no médico - ela deu de ombros como se aquilo não tivesse sido nada e se aproximou da cama. - Eu ouvi seu choro lá de fora, o que houve?

Quando a loira ia abrir a boca para responder, Josi o fez primeiro:

- Gizelly? - O cenho estava franzido, demonstrando confusão. - Que bom você aqui. Você conhece essa moça? Estou começando a ficar com pena dela chorando.

Então a morena entendeu porque Marcela estava chorando. Não conseguiu esconder a surpresa, as sobrancelhas arquearam sozinhas e a boca abriu um par de vezes quando olhou nos olhos vermelhos da loira.

- É claro que conheço - respondeu finalmente, com firmeza. Marcela escondeu o rosto na mão, estava sentada agora em uma poltrona em frente a cama. - Ela é uma pessoa muito especial, a senhora acredita?

- Sério? - A mais velha apareceu interessada.

Por dentro, Marcela estava totalmente destruída, devastada. Esse era o seu maior medo, a mãe não lembrar de si. Talvez tivesse culpa nisso, afinal ficou tanto tempo longe que era o mínimo que merecia. Tanto que os irmãos não foram esquecidos, então era realmente para ser dessa forma, era uma lição por ter se afastado da família.

Estava tão absorta em pensamentos que teve um leve sobressalto quando a morena começou a falar novamente, conversando com sua mãe como se ela não conhecesse, como se não conhecesse a filha do meio.

- O nome dela é Marcela - ela disse como se estivesse confidenciando um segredo. - Ela é uma pessoa legal, um pouco mala na faculdade. Sabia que ela é professora? - Josi prestava atenção em todas as palavras. - É, ela é um porre, mas todo mundo gosta dela mesmo assim.

- Você a conhece bem, né?

Gi sorriu e Marcela levantou o rosto nesse exato momento. Seus olhos se encontraram por meio segundo antes de a morena voltar a olhar para Josi.

- Não tão bem quanto eu gostaria, mas conheço sim. E posso até dizer que me apaixonei por ela, como professora e, confesso, como mulher também. Ela tem uma tartaruga e tem dois irmãos, age como se fosse a irmã mais velha sem ser e ela chora por motivos bobos, porque tem um ótimo coração. Diz que ama os animais marinhos, mas ficou com medo de mergulhar com os tubarões. A senhora tinha que ver a cara dela, mas é impressionante como ela consegue ficar linda de qualquer jeito.

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