2- A Gente Precisa Conversar

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Voltei sz

E até sábado trago o novo de A Informante!

Ah, não deixem de interagir muitooo nós comentários, tá? Me inspira demais a escrever. Amo vocês sz

(...)

O dia amanheceu chuvoso como na meteorologia. O vento estava tão forte que estremecia a vidraça das janelas. Marcela acordou com um longo bocejo e se sentou para espreguiçar o corpo. Ergueu os braços, os dedos entrelaçados, e moveu o pescoço. Estava exausta. Normalmente tirava o dia de folga com as crianças, então de folga não tinha nada no fim das contas.

Mas gostava da sensação, gostava de vê-los felizes com tão pouco. O sorriso deles acabou se tornando o seu maior presente.

Com preguiça, levantou da cama e caminhou até a janela, puxando a cortina para olhar a vista. Do lado de fora, a chuva caía sem piedade. As rajadas de vento envergava as folhas dos coqueiros no calçadão da praia vazia. Era bem cedo e poucos carros passavam pela Lúcio Costa.

Quando voltaram para o Rio, depois de muito conversarem, ela e Gi decidiram alugar um apartamento no Barra Mares. Era o mesmo condomínio que os pais de Gizelly moravam na época e que Marcela um dia morou quando era mais jovem. No início, ficaram meio receosas pelos pais da mais nova sufocarem o relacionamento e também as crianças. Felizmente nada disso aconteceu, eles eram excelentes sogros - por incrível que pareça - e, embora o bloco fosse outro, eles sempre apareciam para ficar com as crianças.

Um raio caiu longe no mar e Marcela pensou em Gizelly bem no momento que o barulho do trovão sacudiu seu peito. Ela morria de medo de tempestades. Com um suspiro, voltou para a cama e pegou o celular na mesa de cabeceira. Tinha três conversas não lidas. Uma era de Mari, outra de Gabriel - seu sogro - e outra dela...

O coração acelerou na mesma hora. Ignorou as outras e foi direto para a dela, como a boa trouxa que sempre foi. Era completamente besta por aquela mulher, não importava quanto tempo passasse ou o que pudesse acontecer entre elas.

"Me desculpa! Teve um problema com o tempo e não consegui chegar. Fiquei sem sinal, deu tudo errado. Ainda estou presa aqui"

Em seguida tinha um print do horário exato da mensagem, com um reloginho cinza do lado, indicando que não havia conexão com a internet para completar o envio.

Ao menos ela mandou mensagem avisando. Com um suspiro, respondeu:

"Faltou você na nossa foto. Não é para mim que você tem que pedir desculpas"

E jogou o celular na cama, sem olhar as outras mensagens. Antes de acordar às crianças, preparou o café da manhã para eles e só depois foi para o quarto, acendendo a luz sem piedade.

- Vamos levantar? Mamãe já preparou o cafézinho de vocês.

- Já, mamãe? Não podemos dormir só mais um pouquinho? - Pérola tampou o rosto com o travesseiro, ela era idêntica a Gizelly.

- Vocês vão chegar atrasados na escola.

A pequena olhou para a janela.

- Está chovendo muito! É muito ruim ir para escola com chuva. Não podemos ficar com a senhora no trabalho?

- Se eu tenho que trabalhar, vocês tem que ir para a escola - Má riu, indo se sentar na cama de Dylan, que dormia como uma pedra.

Era impressionante o quanto o sono dele era pesado, mas Marcela amava acorda-lo com muitos beijinhos. Ele sempre sorria em algum momento, antes de abrir os olhinhos cor de mel.

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