Capítulo 3

6K 486 58
                                    

Sai andando na frente e em passos rápidos, já chamando um carro por aplicativo e tentando deixar Maria Luz para trás, enviei mensagem para Brunna e as meninas para avisar que estava indo embora e estava bem, só estava muito cansada. Quase corri para a frente da casa e fiquei do lado de fora com mais algumas pessoas que estavam lá. Não demorou muito até ela aparecer do meu lado de novo, com outro baseado e o copo de whisky com gelo na mão dessa vez.

- Vamo, vou te levar. Tá maluca ir embora com um cara desconhecido essa hora da madrugada?

- São motorista conhecidos.

- Eu também sou, pô. Não tem lugar mais seguro pra você do que do meu lado.

- Você não desiste, hein. - Reclamei e ela sorriu. - Chatona velho.

Ela saiu andando na frente e fumando, me chamando com a mão até um carro vermelho estacionado bem perto a poucos metros de onde eu estava.

- Vamo? - Malu perguntou e abriu a porta do passageiro do seu carro para mim.

- Vai deixar seus amigos aí? - Apontei para trás ainda tentando fazer ela desistir.

- Meu irmão tá aí, são tudo marmanjo velho eles sabem se virar. - Ela respondeu sem se preocupar ainda do lado da porta aberta. - Você é que é uma princesas dessas sozinha na rua, não pode não. Bora, vida.

Olhei de um lado para o outro e me vi sem muitas opções, eu sabia que o carro demoraria pelo menos uns quarenta minutos para chegar e ela não ia desistir tão fácil.

- Tudo bem.

Entrei no carro e ela fechou a minha porta, alguns segundos depois montou do lado do motorista. Coloquei o cinto enquanto ela já saia com o carro, dirigindo confortavelmente no banco como se fosse seu trono particular, bebendo de vez em quando e com só uma mão descansando no volante.

- Não é muito responsável da sua parte beber e dirigir. - Não resisti fazer o comentário.

- Coloca seu endereço aqui. - Sem tirar o foco da direção, ela tirou o seu celular do bolso da frente da calça e me entregou desbloqueado. - Tá muito quieta aí, que tá rolando?

- Ah, só tá rolando que entrei no carro com uma completa desconhecida alcoolizada sem saber nada dela, vai que ela me mata ou sei lá... - Falei com ironia enquanto colocava meu endereço no Waze.

Ela negou com a cabeça colocando o copo no suporte do carro.

- Cada ideia torta, hein. - Malu falou brava me fazendo sorrir.

- Como você é uma das melhores amigas da Ludmilla e eu nunca te vi sendo que eu sou a melhor amiga dela?

- Melhor amiga? - Ela voltou a sorrir. - Que mané melhor amiga, eu sou a melhor amiga dela. Eu e Ludmilla somos amigas desde novinha, época de escola, tá ligada?

- Tempo não vale mais que afinidade. - Respondi debochada e ela apenas negou com a cabeça sorrindo olhando pra rua a sua frente.

Ficou em silêncio por um momento enquanto dirigia.

- Luísa, né? - Do nada ela falou.

- Oi? - Perguntei sem entender, virando meu rosto de volta pra ela.

- Teu nome, é Luísa, né?

- Uhum. Luísa Gerloff Sonza. - Confirmei. - Quem te falou?

Seu sorriso confiante aumentou.

- Minha melhor amiga.

- Vai sonhando. - Eu sorri também.

- Luísa Gerloff Sonza, coloca um som pra nós curtir aí, mó sono. - Ela disse apontando pro seu celular no seu painel de novo.

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora