Capítulo 28

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Acordei com alguns barulhos e abri um pouco os olhos bem a tempo de ver Malu saindo do seu banheiro enrolada em uma toalha. Seus cabelos estavam molhados e ela sorriu ao me ver meio acordada.

- Bom dia, vida. - Se inclinou na cama e plantou um beijinho sobre meus lábios.

- Bom dia, amor. Tá cheirosa.

Respondi cheia de sono.

- Que horas são?

- Seis e pouco. - Ela me respondeu de dentro do seu closet. - Levanta e toma um banho, vai se vestir pra gente ir tomar café com a tua coroa.

- Quê? - Perguntei com sono e sem nem acordar direito.

- É, pô. - Maria apareceu na porta só de roupas intimas e passando desodorante spray. - Bora, toma café com a tua mãe. Já deixamo ela sozinha durante a noite.

- Maria, que que tú tá falando, volta pra cama. - Me sentei na cama esfregando meus olhos.

- Anda logo ou vou te levar pro chuveiro, nem tô zoando! - Ela resmungou bolada de dentro do closet e eu choraminguei.

Mesmo contra a minha vontade, me levantei e tomei banho e vesti algumas roupas da Malu. Saímos da casa dela antes das sete porque a madame ainda quis passar em uma padaria pra comprar tipo um milhão de coisas de café da manhã pra impressionar minha mãe. Eu não aguento essa guria.

Nós chegamos em casa e minha mãe ainda estava dormindo, as minhas filhas vieram ao nosso encontro já morrendo de saudade. Malu fez questão de ela mesma colocar a mesa e eu a ajudei mesmo com ela brigando comigo pra eu deixar tudo bonitinho falando que eu fazia de qualquer jeito. Já tava tudo pronto e eu comendo quando minha mãe apareceu de pijama.

- Bom dia! - Ela disse meio sonolenta e olhou com surpresa pra mesa. - Nossa, vocês caíram da cama.

- Bom dia! - Malu sorriu simpática pra ela. - Senta aí, toma café.

- Malu fez tudo. - Falei com a boca cheia de pão de queijo enquanto minha mãe sentava. - Por mim eu ainda tava dormindo.

- Não fala com a boca cheia. - Ela me advertiu enquanto se servia de uma xícara de café. - Parabéns viu, Malu.

- Comprou até aquela geleia cara que você gosta ó... - Peguei o pote e mostrei pra minha mãe, fazendo ela sorrir e deixando Malu com vergonha.

- Hummm... Tá tentando me ganhar pelo estômago é, Malu? - Minha mãe disse brincalhona pra ela.

- É nada, pô. - Ela ficou com vergonha e riu. - Tem que agradar a mulher que fez essa princesa aí.

Não aguentei e comecei a rir quando ela me soprou um beijo. Até minha mãe não aguentou e deu um sorriso. Malu definitivamente sabia como conquistar as pessoas com facilidade, bastava que lhe dessem uma chance. Pensei no que a tia Silvana havia me dito, que ela fazia de tudo pra agradar quem ela gosta e eu sabia que ela estava se esforçando para conquistar o coração da minha mãe. O café da manhã fluiu que nem água.

Depois do café, a gente ficou conversando na mesa com a minha mãe queimando meu filme e falando meus defeitos né, na maior intimidade já enquanto eu tentava me defender. Eu tava rindo de alguma coisa quando meu celular vibrou e eu fui ver.

- Olha Malu, se eu começar a te contar... Parecia um menino quando era criança, - Minha mãe disse pra ela e olhou pra mim. - subia em árvore, empinava de bicicleta, pegava sapo com a mão, ia pra pasto correr atrás de pipa, era atentada que só ela.

- Ah mas isso aí ela continua sendo até hoje. - Malu concordou com ela me fazendo a fuzilar com os olhos.

Me distraí da conversa por um momento e voltei a dar atenção para o celular, era uma mensagem de trabalho e havia uma reunião de emergência de última hora.

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora