Capítulo 19

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Eu estava tomando sol na frente do barco, Bru estava comigo mas me deixou sozinha para ir andar de jet ski com Lud e as meninas. Deitei de bruços e cobri meus olhos com meu boné para aproveitar, estava quase cochilando quando senti um tapa na minha bunda. Tirei o boné do rosto e já me virei para xingar mas vi Maria sorrindo, se deitando do meu lado.

- Não resisti.

Ela se apoiou com os cotovelos para trás e tirou um beck preso na orelha, colocou ele na boca e tirou um isqueiro preso no fio do biquíni no espaço entre seus peitos.

- Qual foi que cê tá toda xôxa? - Perguntou depois de acender o baseado.

- Não to xôxa. - Menti.

- Tá sim, pô. Desde cedo, tá distante, esquisita. - Fiquei em silêncio e encarei o mar na minha frente. - Vida, nós prometeu que ia conversar, o que tá rolando?

Me sentei ficando tensa para ter essa conversa e ela se virou de lado, ainda se apoiando com um cotovelo e colocou uma mão na minha coxa, fazendo um carinho. Me virei e a encarei mordendo meu lábio inferior.

- Hoje quando você tava tomando banho e seu celular tocou eu vi quem era. Eu não quis espiar e nem invadir sua privacidade mas eu acabei vendo, desculpa. Eu sei que é sua ex namorada e sei que ela fica te ligando o tempo todo.

- Tú ficou boladona por causa disso?

- Ah, sei lá. É estranho. Não me senti bem. Ela quer que vocês voltem, não quer?

- Quer. Mas vai fica querendo, pô. - Respondeu soltando uma nuvem de fumaça. - Esse bagulho realmente tá ficando chatão e imagino que seja pra tú, se fosse eu também ia ficar boladona. Não queria fica em maus termos com ela, tá ligada? Mas já deu, vou bloquear e isso tem que parar, cara. Desculpa por ter te colocado nessa situação.

- Não quero que você trate ela mal, não é isso. E você faz o que se sentir melhor também...

- Vida, para. - Ela me interrompeu. - Cê já ouviu falar que quando um não quer dois não briga?

- Já. - Respondi sorrindo.

- E o que mais?

- O que mais?

- É, pô. Sei que cê tem mais pra falar, conheço minha mulher.

- Tua mulher? - A olhei com deboche e ela sorriu.

- E tú não é?

- Não to sabendo disso aí não. - Neguei com o dedo indicador fazendo ela rir. - Teu irmão já tá me chamando de cunhada, não se emociona, hein. Não se emociona que eu to sem tempo.

Falei debochada e coloquei o óculos de sol, fazendo ela rir do meu jeito. Maria Luz apertou a minha coxa com a mão.

- Pra mim cê sempre tem um tempinho.

- Tá muito confiante, hein.

- Lógico, pô. Cê eu não confiar no meu taco quem vai? - Ela disse marrenta me fazendo rir. - Nesse teu coração de gelo ai tem um cantinho pra mim, eu sei que tem.

Apenas dei risada e ela me olhou aflita.

- Não tem, vida?

- Um pouquinho. Quase nada. Bem pequeno.

O seu sorriso aumentou de novo e ela me deu aquela sorrisão lindo, passando um braço sobre meu ombros e me puxando para perto, me beijando no meio de um sorriso.

- Tem problema não, devagar vou construir uma mansão aí nesse teu coração. Brasileiro não desiste nunca. Viu como eu acabo com a tua marra rapidinho?

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora