Eu estava sentada em uma cadeira de espera no hospital com a Brunna do meu lado. Minha cabeça ainda doía um pouco mas não muito depois de levar alguns pontos e tomar medicação na veia. Eu não tive nada demais, foi somente o susto e todo o sangue decorrente de um pequeno corte de três centímetros na minha cabeça. Dois policiais uniformizados conversavam em tom baixo a alguns metros de nós aguardando pela mesma coisa. A porta ao nosso lado se abriu e um médico uniformizado saiu carregando uma prancheta na mão.
- O resultado. - Ele informou e os policiais se aproximaram. - Ela realmente não consumiu álcool ou drogas.
Um dos policiais me olhou desconfiado.
- Muito obrigada, doutor.
- O que aconteceu? - O policial desconfiado tornou a me perguntar quando o médico se afastou.
- Eu disse, eu me distraí com o celular e não vi o semáforo. - Mantive a mesma mentira que eu vinha contado a horas.
Mesmo não aceitando, ele concordou com a cabeça porque sabia que eu não ia falar o que ele queria ouvir.
- Vocês precisam de carona?
- Não, senhor. - Bru respondeu por mim.
Os dois policiais se despediram nos deixando sozinhas.
- Amiga, tem certeza que você tá bem? Talvez você devesse ficar em observação, bateu a cabeça com força.
- Bru, eu tô bem. Só quero ir pra casa.
- Tudo bem, vamos.
Ela se levantou e me ofereceu o braço pra me ajudar. Assim que nos viramos para ir, vi L7 vindo correndo ansiosa na minha direção pelo corredor do hospital. Ele me olhou preocupado dos pés a cabeça e parou bem na minha frente pra ter certeza que não havia mais nada de errado.
- Você tá bem? Eu vim correndo depois que fiz o B.O do carro mas me enrolaram lá, desculpa!
- Sim, eu tô bem. Onde tá a Malu? - Perguntei preocupada.
- O que você falou pra polícia? - Ele perguntou.
Encolhi meus ombros sem jeito.
- Falei que fui eu, troquei de lugar com ela na hora e disse que me distraí com o celular. Acabamos de fazer o exame. Você encontrou ela?
- Ainda não, acho ela foi pra casa. Vamo, vou levar vocês pra casa.
L7 estava uma pilha de nervos e não era pra menos, eu não sabia pra quem ligar depois de tudo. Quando a polícia chegou eu assumi a culpa pelo acidente e não mencionei que Maria estava comigo, como o carro estava no nome dela confirmei que ela era minha namorada e eu estava com seu carro enquanto ela estava viajando. Liguei pro L7 resolver as coisas legais e a Brunna veio na hora pra me acompanhar pro hospital.
Por sorte ninguém havia de machucado, o outro motorista estava perfeitamente bem mas ficou um pouco desorientado pela pancada, por sorte ele comprou a minha história de que eu estava sozinha no carro. Nós fomos direto para o apartamento da Malu apenas para encontrá-lo completamente vazio e cansarmos de ligar pro seu celular. L7 andava de um lado para o outro, tenso e preocupado enviando várias mensagens no WhatsApp dela.
- Você não vai conseguir falar com ela se ela não quiser. - Eu falei e ele parou de andar me olhando. - Eu sei porque é o que ela faz comigo agora.
- Eu não sei porque ela faz isso, na moral, deixa a gente preocupado só porque ela quer. Quando eu finalmente acho que vamos ter um pouco de paz, minha irmã decide agir exatamente como a minha mãe.
- Ela se sente culpada pela morte dela, você sabia disso?
Pelo olhar que ele me deu, isso era novidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
era uma vez // LUÍSA SONZA
Fanfiction''contigo eu tô tentando arrumar minha vida e bagunçando ela embaixo dos lençóis.''