Capítulo 9

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Tomei café com a Rafa, depois corri pra tomar um banho e me arrumar correndo. Ela foi comigo pro estúdio, dei a desculpa que dormi demais, o que era realmente verdade. Passamos o dia trabalhando nos vocais de algumas músicas que já estavam prontas e tive uma reunião com a equipe criativa no fim do dia que foi até o começo da noite. Maria tinha me mandado um áudio mas nem consegui ouvir e também não queria ouvir na frente dos outros. Assim que entrei no carro para ir para a casa no fim do dia, peguei meu celular e ouvi.

- Vida, obrigada pela noite do teu lado. Foi muito bom, me diverti muito contigo e espero estar junto de ti de novo logo. Bom dia pra você, fica com Deus. - Meu sorriso foi aumentando ao ouvir ela falar. - Beijão nessa tua boca linda.

Robertinho, o motorista desviou os olhos da rua por um momento e me olhou de canto.

- Tá sorrindo pro celular aí, menina?

- Problema, Robertinho. Problema com nome e sobrenome.

Durante todo o caminho de volta eu pensei em várias coisas para responder. Não queria soar muito emocionada e nem ser grosseira, mas também não queria ser confusa. Ai, nem eu sabia o que eu queria responder. Deixei o celular de lado o resto do caminho, assim que entrei em casa minhas filhas vieram me receber.

- Rafa? - Chamei entrando mais fundo em casa. - Lucas?

Nem ela e nem ele haviam chego ainda mas prometeram que viriam dormir comigo hoje. Eu nem tinha colocado a Gisele no chão quando ouvi a campainha. Fiquei surpresa quando abri a porta e vi o loiro que estava parado ali.

- PK? - Perguntei surpresa.

- E aí, Lu. - Ele me cumprimentou com um beijo no rosto. - Como você tá?

- To bem e você? Entra.

- Bem também, valeu.

PK ficou olhando para a minha cara por uns instantes e eu encarei ele de volta sem entender.

- Ele não te falou né?

- O quê? - Perguntei ainda sem entender.

- O Vitão pediu pra eu passar aqui para pegar as coisas dele que faltaram.

Minha boca se abriu com a surpresa, na verdade, eu estava mais decepcionada do que surpresa e acho que isso ficou evidente na minha cara.

- Desculpa. - Ele disse na hora.

- Não é sua culpa. - Passei a mão entre meus cabelos. - Vamo lá, já estão separadas.

Ele foi comigo até o meu closet onde eu tinha deixado algumas coisas do Victor que ainda ficaram em casa e guardado em uma caixa, ele disse que ia passar para pegar e me avisava mas acho que nem na minha cara ou falar comigo ele quis. PK se abaixou e pegou a caixa nos braços e ficou me olhando.

- E aí, você tá bem mesmo?

- Sim. - Forcei um sorriso. - Estou me sentindo melhor.

- Ok. Olha, se você precisar de alguma coisa...

- Eu sei, valeu, PK.

Era incrível como até os próprios amigos do meu ex pareciam ter um pouco mais de consideração por mim. Eu entendia e sabia que o Victor tinha os motivos dele para estar chateado comigo mas ser tratada dessa forma por alguém que você se importa é muito ruim. Acompanhei ele até a porta e depois fiquei um tempo em silêncio no sofá da sala encarando um ponto fixo na parede do outro lado. Liguei para a minha mãe e conversei bastante com a minha irmã mais nova, depois também liguei para o meu pai. Já faziam alguns dias que eu não conversava com ambos.

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora