Capítulo 48

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Foi uma loucura completa após o lançamento do Doce 22, alguns dias eu ainda não conseguia acreditar no sucesso e na recepção, nas mensagens positivas que eu recebia diariamente e o carinho que eu recebia nos shows. Agora o trabalho era dobrado com os shows e os compromissos de divulgação do meu CD, eu ainda me dividia com meus outros projetos e nas gravações do meu programa de tv Prazer, Luísa. Eu nem conseguia acreditar que tinha um programa de tv pra chamar de meu, do meu jeito e como eu queria. Eu sentia que pela primeira vez na vida as pessoas estavam realmente me ouvindo falar e começando a ouvir o meu lado, é claro que ainda havia muito ódio e quem sempre quisesse criticar mas tinha tanta coisa boa acontecendo que eu nem conseguia focar nas ruins.

A Malu também estava bastante ocupada com os projetos dela mas ela sempre tinha tempo pra ficar comigo. Meu relacionamento estava melhor do que nunca, mesmo com a distância nós conseguimos nos adaptar bem. Ela sempre viajava comigo para os shows quando podia ou pra São Paulo pra acompanhar as gravações do programa e eu sempre voltava pro Rio nas minhas folgas, concordamos em não passarmos mais do que uma semana longe. Era tão mais fácil estar em uma relação com alguém que te apoia, que te incentiva, que estava lá em todos os shows que podia cantando tão alto quanto os meus próprios fãs, que se esforçava e se alegrava com o meu sucesso e compreendia o meu trabalho e a persona que era Luísa Sonza.

Sai do palco do meu último show em Brasília antes de voltar pra casa por uns dias, com um sorrisão de orelha a orelha e todo mundo na mesma energia que eu.

- Vamo beber? - Ouvi a Amandinha. - Todo mundo vai ir pra um bar que tem perto do hotel com karaokê!

- Hoje ainda? Cara, eu não sei de onde vocês tiram tanto pique.

- Ela vai! - Flavinho respondeu por mim me fazendo rir.

- Aí Luísa, para de ser velha! Vamo só um pouquinho vai!

- Um pouquinho eu vou! - Apontei o dedo indicador pros dois. - Só um pouquinho que tenho que acordar cedo amanhã! Todos nós, tá?

- Só um pouquinho! - Amanda me olhou com aqueles olhos que significavam tudo menos só um pouquinho me fazendo rir.

- Vou trocar de roupa, já volto!

Segui em direção ao camarim pra poder me trocar, abri a porta e entrei de uma vez a fechando atrás de mim mas fiquei surpresa quando vi um homem de costas sozinho lá dentro, encarando a mesa de comidas. Ele se virou com o barulho e eu perdi o sorriso do rosto, senti uma sensação estranha percorrer meu corpo e minhas pernas ficarem fracas, um frio na boca do estômago e minhas mãos suaram quando o vi.

- Oi. - Whindersson falou com as mãos no bolso da calça. - Ih, tô tão feio assim?

Ele passou as mãos na cabeça raspada me fazendo dar um sorriso sem jeito. A verdade é que ele estava bastante diferente do que eu me lembrava. As novas tatuagens no rosto, o cabelo bem curto, a barba feita em cavanhaque mas no fundo continua o mesmo de antes.

- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei sem jeito e colocando as mãos na cintura.

- Vim te ver, ué. Ninguém me viu entrar aqui, pode ficar tranquila. Assisti um pedaço do seu show.

- Você não deveria estar aqui, Whindersson. - Falei de uma vez.

- Eu sei. Eu sei. - Ele concordou com a cabeça e ficou meio sem jeito. - Eu tive um show na cidade hoje e soube que você também tava aqui e eu... Eu queria te ver.

- Eu pensei que tivesse deixado tudo claro sobre isso. - Cruzei os braços sobre o peito como se isso fosse um armadura.

- Como você tá? Sua família? - Ele me ignorou e continuou falando tentando prolongar aquilo.

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora