Capítulo 54

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Alguns dias passaram e eu ainda estava tentando dar o espaço que Malu me pediu mas estava sendo difícil. Eu sabia que as coisas não estavam fáceis para ela e eu continuava lutando por ela, lutando por nós, reunindo toda a minha paciência mas eu não podia fazer tudo sozinha. Meus pais também me orientaram a respeitar as suas escolhas nesse momento e eu tava tentando balancear a  minha vida profissional, a pessoal, a bagunça do meu relacionamento e a saúde mental da minha namorada se deteriorando diante dos meus olhos. Eu tive que voltar para São Paulo por três dias para finalizar as gravações do programa e tentei lhe dar espaço até porque ela mal respondia as minhas mensagens ou atendia as minhas chamadas mas assim que voltei ao Rio, fui direto pro seu apartamento.

- Bom dia seu Carlos! - Falei com o porteiro.

- Bom dia Luísa, tá boa?

- Sim e o senhor?

- Tudo bem, graças a Deus.

- A Malu saiu pra surfar hoje cedo?

- Não saiu não viu, já faz uns dias já que ela não vai. Fiquei sabendo sobre a mãe dela, coitada. Ela tá bem desanimada, né?

- Ela tá sim. - Admiti com desânimo também. - Mas ela vai melhorar.

- O Lennon parece um pouco melhor mas eu não tô nem vendo ela subir e descer quase.

- Pois é, tá sendo bem difícil pra ela, seu Carlos.

- Vou colocar ela nas minhas orações, logo ela tá toda animada de novo.

- Amém, obrigada! Um bom dia pro senhor, tá?

- Pra você também, Luísa.

Me despedi e segui em direção ao elevador principal, coloquei a minha chave na porta do apartamento dela e percebi que já estava aberta, entrei sem bater e assim que adentrei estranhei a bagunça ao redor. A Malu era a pessoa mais organizada que eu conheço, do tipo que implicava comigo quando eu deixava toalha molhada em cima da cama mas seu apartamento estava um completa bagunça, tudo estava fora do lugar e haviam várias embalagens de bebidas e comidas espalhas ao redor, um monte de coisa fora dos lugares. Estava um caos completo como os sentimentos dela.

Segui em direção ao seu quarto e encontrei mais bagunça, ela estava apagada em cima da cama dividindo o espaço com uma caixa de pizza e várias latas de cerveja vazias ao redor, na mesa de cabeceira tinha uma garrafa de whisky pela metade. A tv ligada e ela havia dormido no meio de uma partida de vídeo game.

- Malu? - A chamei baixo tentando acordá-la. - Malu?

Ela abriu os olhos e virou seu rosto pra me encarar, como se estranhasse a minha presença ali.

- O que cê tá fazendo aqui?

- Vim te ver.

- Cê não tava em São Paulo?

- Por três dias, Malu. Já voltei.

- Que dia é hoje?

- Sexta.

Ela esfregou os olhos e rolou pela cama como se não tivesse visto os dias passarem.

- Levanta e vai tomar um banho enquanto eu limpo essa bagunça, vamos almoçar. - Falei com as mãos na cintura olhando pra ela.

- Agora?

- É, Malu. Agora, por favor.

Ela resmungou mas se levantou da cama em direção ao banheiro. Usei o tempo do seu banho pra colocar todas aquelas coisas no lixo, ela saiu já vestida quando coloquei o último saco na lixeira.

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora