Capítulo 22

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A teoria da Maria Luz foi colocada a prova e ela estava certa, sexo pela manhã realmente faz o seu dia ser menos estressante. Sério, eu estava em um daqueles dias onde você sai dando bom dia até pros cachorros da rua. Era bom estar de volta ao trabalho e também a rotina, mesmo que eu tenha me esquecido por um curto período de tempo eu ainda tinha um álbum para terminar e me sentia mais inspirada do que nunca para ser sincera.

Malu também voltou para a sua rotina e seu trabalho mas prometeu voltar a noite para dormir comigo. Eu queria fazer um jantar bem romântico hoje e lhe dar algum presente depois da surpresa que ela fez em Angra. Lucas e a Rafa me mandaram mensagem pra saber, é lógico, contei para eles o que estava rolando e prometi para marcarmos algo juntos no final de semana.

Sai mais tarde do que o esperado do estúdio e tive que correr para o mercado, eu não podia servir pipoca ou um copo de água com açúcar para ela, tadinha. Nem consegui comprar seu presente mas ia pensar em algo até a hora dela chegar. Tive que correr para recuperar o meu atraso, tomar banho e preparar o jantar em tempo antes dela chegar. Eu estava na cozinha quando ouvi a campainha, olhei a hora no celular e ela estava adiantada, bem adiantada. Meu Deus. Abaixei o fogo e corri para a porta da frente, usando apenas um short de pijama curto e uma blusa justa. Abri a porta com um sorriso de orelha a orelha que foi embora na hora que eu vi que quem estava li.

- Oi Luísa.

Gabriela abriu um largo e perfeito sorriso ao me ver. Acho que estava estampado na minha cara que eu não sabia o que fazer. Pensei em bater a porta na cara dela ou sair correndo para fora e não parar até encontrar uma delegacia. Pelo olhar na sua cara, eu tinha certeza que ela já sabia. Como ela entrou aqui? Será que ela matou o porteiro? Como ela descobriu onde eu morava?

- Oi. - Forcei um sorriso enquanto meus olhos estavam desesperados. - Posso ajudar?

- Claro que pode. - Ela respondeu e tirou meu braço do caminho, entrando em casa sem ser convidada.

Ela se virou bem devagar e me encarou. Ufa, pelo menos ela não ia me bater no meio da rua.

- Pelo olhar assombrado na sua cara eu acho que você sabe quem eu sou e sabe o que você fez. - Ela disse com uma calma assustadora.

Apertei meus lábios sem saber o que responder e fechei a porta bem devagar. A merda já estava feita, eu só podia lidar com aquela situação da melhor forma que podia. O meu celular ainda estava na cozinha para ajudar.

- Olha, vamos conversar como adultas, pode ser?

Gabriela abriu outro daqueles sorrisos. Que ódio, a mulher era muito bonita e intimidante.

- Você quer ser adulta agora? Você que veio me dar beijinho no rosto e foi embora com a minha namorada e não satisfeita foi viajar com ela.

- Olha, sua ex-namorada, né? - Tá pagando de doida, guria.

- A gente vai voltar. - Falou com uma confiança excessiva.

- Ela sabe disso? - Perguntei sonsa, adoro ser sonsa.

Gabriela fechou a cara na hora.

- Olha... - Eu comecei a falar e cocei minha cabeça sem jeito. - Eu não vou brigar com você, Gabriela. Se é isso que você veio fazer aqui, pode ir embora agora. Eu fiquei com a Maria Luz sim, nós duas somos solteiras. Ela me disse que ainda gosta muito de você e imagino que você também goste dela mas ela tá vivendo a vida dela e você deveria tentar viver a sua também.

Como diria Marília Mendonça, de mulher pra mulher, supera! Mas fiquei com medo de falar isso e levar um tapa.

- Ah, ela ainda falou de mim para você? Mas a parte que a gente estava prestes a voltar ela não te falou? Que estranho!

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora