Capítulo 46

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Abri meus olhos e eles arderam imediatamente, minha língua parecia feita de areia de tão seca, meu cabelo nem se fala parecia um ninho de passarinhos, meu travesseiro estava com o odor delicioso de cigarro, álcool e algo com essência de tuti frutti. Senti Malu me abraçando atrás de mim e vi um braço dela ao meu redor, agarrada a um dos meus peitos. Puxei sua mão pra me levantar e vi uma algema fechada ao redor do pulso dela, já tampei a minha boca quando vi isso e percebi que eu estava pelada.

- Meu pai do céu!

Meu cérebro parecia que estava solto balançando dentro da minha cabeça e meu corpo inteiro doía. Esfreguei os olhos com dedos e vi a ponta dos meus dedos ficarem mais escuras na hora, eu havia dormido de maquiagem pra ajudar. Me sentei na cama e vi Malu apagada com a boca aberta até roncando.

- Mor? - Chamei ela. - Amor, acorda!

Malu deu um gemido de protesto quando a cutuquei e abriu os olhos no susto.

- Nossa vida! Que susto... - Ela colocou a mão no peito.

- Amor, acorda e conversa comigo. O que aconteceu ontem?

Ela se espreguiçou e esfregou os olhos sorrindo, então me olhou fixamente.

- Você não lembra?

Fiz uma cara de pânico e procurei refazer as imagens da noite anterior, acordei sem nem me lembrar de ter chego na minha cama cara. Fechei meus olhos e me esforcei pra me lembrar.





Os flashes de imagem voltaram na hora diante dos meus olhos. A gente tinha feito uma rodinha bem no meio do role e começou a tocar Parabéns Garota Hoje é Seu Aniversário, Ludmilla e o Cabelinho estavam gritando muito no microfone: É PICA, É PICA, É ROLA, É ROLA. Malu tava dançando do meu lado junto com a minha mãe e geral gritando, minha irmã em cima dos ombros do L7. Pablo sarrando em mim de um lado e a Rafa de outro, meu Deus... Minha família tava lá...





Olhei pra Malu tentando conter o riso do meu lado e cobri meus lábios completa chocada.

- Amor, meu pai tava lá!

- Tava mermo!

- Meu pai lá e eu sarrando em você ao som de vai sua cavalona. - Escondi o rosto com as mãos envergonhada. - Não é possível.

- Pô vida, tá suave. Teu pai tava muito doido também, ele até pegou um beck do balde de beck do Ret. Acho que ele nem lembra.

- QUÊ?! MEU PAI FUMOU MACONHA? E COMO ASSIM UM BALDE DE BECK?

- Bom... - Ela fechou um dos olhos e ficou pensativa. - É difícil saber quem não fumou ou comeu. Então vida...

Malu começou a falar enquanto eu olhava assustada como se estivesse me dando uma notícia comum.

- O Ret levou um balde e o Paulinho levou tipo várias delícias, cê não lembra?

Fiz uma careta ao pensar e me lembrar.





Eu sai arrastando a Malu pela mão em direção a mesa de doces.

- Amor, nossa... TÔ LOUCA! - A avisei e ela riu.

- Eu sei! - Ela disse rindo. - Pode ficar que eu cuido de você, hoje é seu aniversário.

- Vou comer um docinho pra melhorar. - Avisei e dei um gole no meu copo, fazendo uma careta em seguida. - QUE ISSO? ÁGUA?

- Sim, três copos de água e um de bebida! - Malu me informou fazendo um sinal de três com os dedos da mão.

- Que história é essa?

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora