Capítulo 12

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Sua boca na minha era tudo que eu precisava pra acalmar toda essa insegurança, medo e  essa ansiedade que me fazia agir sem pensar e fazer merda. Ela deslizou a ponta das unhas pelo meu couro cabeludo e beijou a minha boca com vontade, me deixando até tonta e puxando o meu cabelo levemente, afastando a minha boca da tua me fazendo sorrir enquanto mordia meu lábio inferior.

- Cê é maluca, garota. - Falou ofegante.

- Muito. - Respondi fazendo Malu rir. - Você não faz ideia do quanto eu sou traumatizada.

- Mané traumatizada o caralho, pode parar com essas ideia torta. Para com isso cara, ficar agarrando outro na minha frente? Para de pagar de doida, vida. Tá de tiração comigo!

- Não vou mais fazer isso.

- Acho bom memo. - Malu disse séria. - E amanhã quando passar tua bebedeira é bom manter essa postura, na moral.

Beijei a sua boca mais uma vez entre um sorriso e assenti positivamente.

- Eu vou. 

Maria me olhou de lado e se ajeitou no banco ligando o carro.

- Coloca o cinto, vou te levar para a casa.

O seu celular começou a tocar e ela tirou do bolso, olhou para o visor e recusou a chamada, colocando no não perturbe em seguida. Manobrou o carro para sair do estacionado com agilidade e coloquei o cinto. Maria Luz dirigiu em alta velocidade direto para a minha casa com uma mão descansando na minha coxa, eu não conseguia desviar meus olhos dela. Tudo que ela fazia era gostoso de assistir. A gente nem conversou muito, ficamos em um silêncio confortável. Eu tava em paz só de estar sozinha com ela, poder abrir o jogo e acho que ela também tinha essa sensação.

Assim que chegamos, Malu parou o carro na entrada e pegou minhas coisas, eu a esperei para entrarmos juntas.

- Vai tomar um banho, vou fazer alguma coisa pra nós comer. - Ela falou assim que entramos e as cachorras vieram receber a gente.

Gisele passou direto por mim e foi até ela. Maria riu e pegou ela no colo para brincar.

- Gisele, que isso? Que isso filha?

- Essa aqui gosta de mim. - Maria sorriu convencida e passou direto por mim com ela no colo.

- Traição, hein Gisele! - Apontei o dedo para ela.

Corri até alcançar Malu na metade do caminho para cozinha e dei um beijinho na sua boca, fazendo ela rir.

- Que foi, vida?

- Pra eu não ficar com saudade. - Ela riu da minha justificativa. - Não demora!

Subi as escadas correndo e sorrindo, fala sério é muito bom se sentir assim. Se apaixonar é muito bom, gostar de alguém é muito bom, ficar junto de quem gosta da gente é maravilhoso, eu passei tanto tempo me culpando por esses sentimentos que tinha até me esquecido a sensação boa que eles trazem.

Tomei um banho e tirei aquela nhaca de bebida de mim, coloquei só uma calcinha e uma camiseta grande, passei um perfume rapidinho só para fazer uma graça e assim que voltei pro quarto, Maria Luz abriu a porta. Equilibrando um prato em uma mão e um copo grande de suco na outra.

- Você fez comida mesmo!

- Claro, pô. Bebeu o dia inteiro, tem que comer.

- O que você fez?

- Ovo mexido com requeijão, você só tinha isso na geladeira. - Ela me entregou o prato e eu dei um sorriso culpado.

- Preciso ir no mercado.

era uma vez // LUÍSA SONZAOnde histórias criam vida. Descubra agora