My dream boy

Distance

Midoriya

   Quando acordo, percebo que estou na cama, onde eu não deveria estar. Lembro-me muito bem que, ontem, tanto eu e o Todo perdemos a noção do tempo e, quando nos demos conta, já tinha passado das oito da noite.
   Esse foi o tipo de seminário que chega a ser empolgante de ser feito sem ao menos sentir preguiça. Bom... Voltando a relatar o que aconteceu ontem... Como ficou muito tarde, apesar do motorista do Todoroki morar na casa dele, em um quarto na ala dos funcionários, no momento que nos demos co tá do horário, o motorista já estava dormindo e não tinha como ele vir buscá-lo.
   Assim, ele dormiu aqui na minha casa, e em meu quarto. O obriguei a dormir na cama, pois ele não queria me deslocar para fora do meu conforto. Depois de muita insistência, consegui convencê-lo a dormir na cama e, eu iria dormir no colchão que eu tinha colocado no chão.
   Não perco tempo e me levanto rapidamente. Tão rápido que chego a ser castigado pela minha pressão e minha vista escurece quase totalmente, fazendo com que eu tenha que me esforçar para não me desequilibrar e tombar para uma direção aleatória enquanto sou atraído pelo chão.

     — Bom dia – diz o todo enquanto eu ainda estou me recuperando da levantada brusca que eu a poucos instantes, tinha acabado de fazer

   O som de sua fala me fez, quase que instantâneamente, recuperar-me totalmente. De certa forma, ele... Até que me faz bem.

     — Oh. – falo em sinal de surpresa e um pouco de susto ao mesmo tempo que emito um som semelhante a um suspiro – Te acordei? – pergunto em um tom como o de alguém que está se recuperando de um susto
     — Não. – diz ele ainda deitado na cama seus olhos ainda estão entreabertos, provavelmente porquê ainda está se acostumado com a iluminação do início da manhã. Acompanhado de um sorrisinho bobo, sua cara de sono se torna algo que me faz querer admirar por um bom tempo – Eu já estava com o sono leve, quase acordando. – ele completa
     — Ah. Então tudo bem – digo seguido de uma pausa de poucos segundos – Aliás mocinho!
     — O que eu fiz? – diz ele com um sorriso sarcástico. Obviamente já sabe sobre o que eu estou falando.
     — Pelo que eu me lembre eu estava dormindo no colchão
     — E...?
     — Por que eu acordei na cama?
     — Não sei.
     — Alguém teve que me carregar
     — E...
     — Lindão...
     — Ah valeu. – fala ele com um deboche
     — Cala a boca Todo! Seu besta.

   Ele começa a rir achando graça de tudo o que me deixou um pouco desconfortável mas em instantes eu, por algum motivo, começo a achar graça da situação e também começo a rir.
   Depois de alguns instantes ambos paramos de rir e ficamos em um silêncio estranho que até me causa uma sensação ótima. E eu gosto bastante.

+++

   Entro no carro do shoto muito irritado com o que acabou de acontecer. Eu realmente não esperava que o Katsuki fosse capaz de dizer coisas como aquelas. Podem não ter parecido nada de mais, porém mexeu muito comigo. Bom. O que mais eu poderia esperar de alguém que já me causou coisa pior antes.
   Mas... Eu achei que ele tinha mudado, mas não mudou, não mudou e continua a mesma pessoa, não mudou e fez dinovo. Mas não é hora de remoer isso dentro de mim, não agora. Isso só vai me fazer mal.
   Entro no carro sem falar nada nem com o Todoroki, a única coisa que eu disse foi "não temos mais nada para fazer aqui" e nem se quer disse para onde queria ir. Na verdade eu só queria sair daquela casa. O ambiente já estava impossível para eu estar lá.
   Eu estava tão atordoado que fiquei quieto praticamente a viagem inteira

Todoroki

   Enquanto os minutos iam se passando minha aflição ia aumentando casa vez mais. O Midoriya saiu da casa do Bakugou muito atordoado e se falou mais de uma frase nesse tempo, que não foi pouco, ele falou até que bastante.
   Não sei o que aconteceu, mas eu sei que algo que o fez estar mal desse jeito. Algo o fez mal e algo dentro de mim faz querer perguntar o que aconteceu por mais que eu sinta insegurança de incomodá-lo.