O inesperado

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Midoriya

   Estou deitado em minha cama, com meu fone ligado e escutando as músicas da minha playlist favorita. Muitas coisas aconteceram na noite passada, coisas dessas que não gosta de me lembrar e muito menos de comentar.
   Quando estou nesse estado melancólico e depreciativo em relação a mim mesmo gosto de escutar as músicas que eu mais gosto para me distrair e fugir da realidade. Esse é o mecanismo de defesa que eu descobri há pouco tempo, mas que me vem sendo bem útil.
   Minha imersão nas músicas que estou escutando através do meu fone de ouvido é interrompida quando ouço de modo abafado algumas batidas em minha porta. Tira o fone de ouvido esperando a sequência de batidas mais uma vez para ter certeza de que realmente estão me chamando.
   Não demora muito para que mais uma sequência de batidas ocas soem pelo quarto vindo diretamente da porta de entrada. Certamente a pessoa que esteja me procurando nesse exato momento está aí há um bom tempo, pois, quando estou escutando música normalmente coloco meu fone no máximo, dificultando a minha audição para barulhos externos.

     — Quem é? – pergunto, esperando uma resposta rápida.
     — Sou eu Midoriya. – uma voz masculina, acorde a gente ficou rapidamente como a de Todoroki, me respo de com calma.
     — Todoroki? – pergunto mais uma vez para confirmar
     — Sim. Posso entrar?
     — Pode sim.

   Me sento na cama logo em seguida esperando a entrada do bicolor. Ele abre a porta do meu quarto calmamente e entra em passos leves, como os de uma raposa sorrateira, esperando para dar o bote em sua presa.
   Para falar a verdade, esta analogia aqui acabei de fazer a respeito do bicolor, cujo mesmo está diante de mim nesse exato momento, refreste exatamente a imagem que tem um dele após todas as suspeitas que comecei a ter dele nos últimos tempos.
   Você meu caro leitor, deve estar me criticando nesse exato momento e deve estar se perguntando o porquê eu estou tão desconfiado dele depois de tanto tempo ignorando tudo o que o meu próprio namorado falava para mim.
   Acontece que quando uma pessoa de confiança erra com você e tenta te manipular para você não acreditar que ela realmente tem culpa no cartório, você acaba caindo no papinho dela como um rato cai na ratoeira por se iludir com o pedaço de queijo.
   Pelo menos esse foi o meu caso.

     — O que você veio fazer aqui? – pergunto de modo ríspido. Mais do que eu queria.
     — Nossa, não sabia que você estava tão estressado. – ele fala
     — Foi mal. Não quis falar desse jeito.

   Ele me encara por alguns segundos, deixando um silêncio e um clima de tensão tomar conta de todo o ambiente. Neste momento sinto como se algo estivesse pressionando o meu peito e me deixando com dificuldade de respirar.
   Não consigo esperar até que ele fale alguma coisa, assim, tomando uma iniciativa de falar primeiro do que ele.

     — O que foi? – pergunto desconfiado
     — Você não está desconfiando de mim ainda, não está?

   Olho para ele com surpresa. Não esperava essa pergunta, mesmo que faça sentido ele perguntar isso após meu comportamento, tendo em vista a abordagem que eu o fiz a alguns dias atrás.

     — O que?
     — É que uns dias atrás você veio me confrontar sobre umas suspeitas, provavelmente colocadas pelo Bakugou, e agora você está agindo estranho comigo todo esse tempo.
     — Acho que foi só impressão sua Todoroki.
     — Será mesmo?
     — Agora é sério. – me levanto da cama e fico diante dele – Vocês dois tem que parar com essa briga idiota de meses. – ando mais um pouco até que eu fique de costas para ele – Vocês dois não conseguem conversar sem se quer mensionar o nome um do outro, sempre tentando falar que o outro fez isso ou aquilo.
     — Midoriya é só que ele está colocando coisa na sua cabeça.
     — Não Todoroki, ele não fez nada. Da mesma forma que você também não fez nada.
     — O quê?
     — É que essa briga de vocês dois me deixou confuso, só isso.
     — Como posso acreditar nisso que você está dizendo depois do que você disse pra mim?
     — Tá tentando jogar a culpa pra cima de mim?
     — Claro que não Midoriya. E me desculpa se ficou parecendo isso. – ele diz – É que... Está certo que essa briga entre eu e o Bakugou possa ter te confundido. E eu entendo. Mas eu confesso que fiquei muito chateado com você ter desconfiado de mim.
     — Entendi.

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