Hipóteses

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Midoriya

   Acordo já no dia seguinte. Está chovendo do lado de fora e como o esperado, Kacchan não veio dormir aqui em casa.
   Fiquei bastante chateado com tudo o que aconteceu, mas não tenho muito o que fazer a não ser esperar ele se acalmar e vir falar comigo. Só espero que a Mina e os outros consigam fazer ele se acalmar.
   Meu celular vibra e é uma notificação do canal da escola avisando que as aulas de hoje foram suspensas por conta da tempestade. Quando ia desligar o meu celular e voltar a dormir, chega uma notificação do Kacchan de poucos minutos.
   "Você está bem?" Diz a mensagem. Ainda pela notificação o respondo: "Sim, e você?"

     — Que sono. – resmungo – Parece que quando está chovendo a minha disposição some!

   Desligo o celular e me viro para o lado pois tenho certeza que ele não irá responder agora e estou com tanto sono que não vou esperar sua mensagem, a final de contas, ele está com raiva de mim e eu não quero discutir.
   Para minha surpresa em questão de alguns segundos meu celular vibra ligando a tela e mostrando a notificação da conversa com o loiro:

   "Desculpa por ontem. Fiquei estressado de mais com tudo o que estava acontecendo e acabei descontando em você"

   Permito tem um sorriso se forma em meu rosto que ainda está com uma expressão de sonolência. Desligo o celular e volto a dormir.
   Acordo com um barulho vindo da minha janela. Devido ao sono, acordo fazendo uma careta e a iluminação, mesmo sendo baixa por conta das nuvens. Me sento na cama e tento processar e raciocinar como o de costume enquanto eu me recupero do sono.
   Ouço o barulho opaco mais uma vez e rapidamente consigo identificar que vem da minha janela. Olho para fora e ainda está chovendo.
   Abro a janela e sou banhado por uma onda fria e úmida de ar. O vento também está um pouco forte, fazendo meus cachos esverdeados esvoaçarem para todos os lados, batendo em minha testa, voando para o alto e para os lados.
   Olho para a rua e o que vejo é uma surpresa. Kacchan está no meio da rua, do lado de fora da minha casa sem guarda-chuva e todo molhado. Ele acena para mim ao ver que eu percebi sua presença.

     — O que você está fazendo aí? – pergunto ainda surpreso com o que vejo
     — Desse aqui, vamos com a gente.
     — Pra onde?
     — Tomar banho de chuva, ué?!
     — Pera, você disse "a gente"?

   Neste momento, entram em meu campo de visão Kirishima, Denki, Mina e Uraraka. Fico surpreso por ver que eles também estão entrando na onda do Kacchan, mas também fico feliz que ele veio me chamar.

     — E aí bro! – Kirishima acena
     — Vem que a gente tá aqui te esperando. – diz o loiro
     — Tá bom, já desço. – falo em um tom alto para que eles possam me escutar

   Vou no meu armário e pego uma roupa leve. Um short de acadêmia e uma camiseta aleatória. Desço as escadas e vou até a minha mãe, que está na cozinha.

     — Oi mãe!
     — Não foi para a escola hoje? – diz ela em um tom de repreensão, mesmo estando calma
     — Não teve aula por conta da chuva. – digo
     — Entendi. – diz ela ainda um pouco desconfiada – Vai para algum lugar?
     — Vou dar uma volta com o Kacchan e uns colegas de classe.
     — Tudo bem, cuidado em.
     — Tá bom. – digo já me dirigindo a porta de casa – Tchau mãe!
     — Tchau filho.

   Abro a porta e saio, fechando a mesma em seguida. Os pingos de chuva gelados tocam minha pele na região dos meus braços e os respingos dos pingos de água que caem nas poças formadas nas irregularidades do terreno respingam em minhas pernas.
   Na região de minha cabeça, as gotículas de água vão se acumulando em meus cachos até que eles não sejam capazes de suportar o peso da água e deixarem ela desabar sobre o meu corpo, morando aos poucos a mim e minha roupa.

     — Vamos Deku! – diz o loiro acenando ao meu chamado

   Vou até sua direção e começamos a andar pela rua, nos molhando cada vez mais e mais. Fico mais para a frente dos meus colegas enquanto eles se divertem. Esses momentos eu gosto de curtir um tempo comigo mesmo.
   Depois de um tempo andando pelas ruas do bairro, Kacchan vem em minha direção com uma cara mansa e calmo, diferente de como estava ontem.

     — Deku? – diz ele
     — Sim?
     — Sobre ontem...
     — Não precisa falar, eu vi sua mensagem. – digo
     — Mas eu queria falar isso pessoalmente, sabe?
     — Entendo.
     — A Mina falou comigo ontem e me fez pensar no que eu fiz e tudo que eu te disse. – ele explica – Eu queria dizer que eu estou arrependido e que tudo o que eu falei, foi em momento de raiva.
     — Eu sei, sem problemas.

   Eu o abraço e ele retribui de forma genuína e sincera.

Todoroki

   Estou no banheiro terminando de fazer minha skin clear diária enquanto estou raciocinando e analisando os últimos acontecimentos.
   Posso até ter me safado de ser incriminado por conta do meu plano rápido e da minha agilidade em realizar as coisas, mas uma coisa é certa... Bakugou não vai parar, principalmente agora que ele sabe que eu saí por último da sala.
   Fiquei pensando em quando ele pode ter conseguido essas imagens pela noite inteira, e deduzi que a hipótese mais aceitável é que ele conseguiu essas imagens  no dia em que eu o encontrei na U.A. por sinal o mesmo dia que eu fui com a Toga para fazer a sua matrícula no colégio.
   Sendo assim, como que ele conseguiu as imagens, sendo que eu só o encontrei depois de ter apagado elas?
   Será que... Espera. A sujestão mais plausivel para tudo isso é que ele já estava na U.A. antes de eu chegar para apagar as imagens do sistema. Levando em conta que ele só estava vindo da direção da sala das câmeras depois que eu tinha saído de lá, então só pode significar uma coisa.
   Ele e o Denki estavam na sala na hora que eu entrei lá. Eles estavam lá o tempo todo me observando e do jeito que o Bakugou é, conseguiu um jeito de registrar tudo para poder ter algo contra mim no futuro.

     — Droga! – esmurro a parede do meu banheiro

   Pego o meu celular e ligo para a Toga que demora um pouco para atender.

     — Alô?
     — Reunião de emergência. Avisa para o Shigaraki. Vai ser no lugar de sempre.
     — Tá.

   Eu desligo a torneira e pego minha toalha de rosto para poder tirar a água que ainda está na minha face.
   Vou até meu quarto e escolho uma roupa mais casual para eu poder vestir. Visto uma camiseta preta e uma calça moletom cinza larga e o meu tênis branco e vou em direção ao estacionamento da minha casa, onde o meu motorista está aguardando qualquer ordem.
   Vou até sua direção e entro no carro.

     — Vamos para aquele endereço de sempre. O mais rápido possível. – digo

My dream boy Onde histórias criam vida. Descubra agora