Surpresa

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Bakugou

   Estou no vestiário da escola terminando de secar o meu cabelo, que ainda está úmido. Acabei de sair da aula de educação física, que hoje em particular foi mais puxada do que de costume. Estou apenas com a calça da escola e ainda não coloquei a minha camisa.
   Quando estou quase colocando a blusa do uniforme, sou abordado por alguém que eu não esperava e muito menos que eu vou com a cara. Obviamente que o Todoroki.
   Ele vem ainda com a calça da educação física e sem camisa

     — E aí Bakugou.

   Ele fala de uma forma inocente que aparenta não querer confusão, mas nesses últimos meses eu aprendi que nunca ele vai deixar transparecer sua verdadeira intenção, embora mais ninguém note.

     — O que você quer?
     — Calma que dessa vez eu não vim pra arrumar confusão.
     — Ala! – Exclamo sarcasticamente – Conta outra Todoroki. Fala logo o que você quer e vaza que eu não tô bom muita disposição de me segurar pra não te bater hoje.
     — Calma que vai ser rápido.
     — Espero.
     — Só quero te dar uma coisa.

   Ele mexe no bolso da sua calça e me dá um cartão com o contado de algum lugar ou de alguém.

     — O que é isso? – pergunto sem entender o que está acontecendo
     — O número de um terapeuta.
     — E pra que caralhos eu iria querer o número de um terapeuta?
     — Ah, pra te ajudar com a terapia. – diz ele – Esse daí não cobra muito caro e é um dos melhores da região.
     — E o que te faz achar que eu quero ou se quer preciso fazer terapia?
     — Ah eu achei que você estivesse precisando já que o seu namoradinho não aguentou seu gênio e te meteu um pé na bunda – ele sorri de forma sarcástica e maliciosa

   Uma onda de fúria vai me preenchendo aos poucos e em questão de menos de três segundos não consigo me controlar, dando um empurrão no meio a meio, o fazendo bater as costas no armário do outro lado com toda a força.
   Um som de metal chacoalhado é produzido por conta do impacto do armário e o corpo do meio a meio. Ele arfa de susto e provavelmente por conta do impacto com o armário.

     — O que merda você acabou de falar?!!? – digo ainda no lugar que eu estava, olhando fixamente para o mesmo com olhar de predador

   Alguns alunos que ainda estão dentro do vestiário começam a olhar o incidente de longe, atentos para o que provavelmente não vai acabar bem.
   Todos observam mas não tem a iniciativa de vir interromper a confusão, afinal de contas, a única pessoa que tem a coragem de ficar no meu caminho quando eu tô no apse da raiva é o kirishima e agora ele não está mais no vestiário, sendo assim ninguém pode me parar.
   O meio a meio me olha assustado e vai se afastando do armário, dando uns dois passos para a frente e mais próximo de mim.

     — Calma Baku-... – vou em sua direção e o jogo contra o armário novamente, dessa vez mais forte do que a primeira vez
     — Repete meio a meio!! – digo em fúria

   Ele olha para mim com os olhos bem abertos e sua boca entreaberta em sinal de espanto, o que é um bom sinal.
   É muito bom mesmo que ele esteja com medo de mim. Quero que ele tenha medo de mim o suficiente para me ver na rua e atravessar para não bater de frente comigo. Vamos ver se assim ele se coloca no lugar dele.
   Ele tenta falar mais alguma coisa, mas eu não espero ele completar nem se quer a primeira sílaba de sua frase. Dou um soco no armário bem ao lado e quase que de raspão no canto esquerdo do seu rosto. Ele me olha ainda mais espantado.

     — Repete se você tiver coragem seu merda!!!! – digo quase que gritando

   Ele continua me olhando em silêncio, o que me dá mais raiva do que se ele tivesse falado. Quero que ele repita para poder ter um motivo maior ainda pra arrebentar a cara dele. Só que se ele não quer apanhar com motivo, vai ser sem mesmo.
   O desfiro um soco em seu abdômen com toda a minha força para causar o máximo de dor possível. Ele arfa de dor e perde o equilíbrio, caindo no chão igual um perdedor.
   Termino de me vestir e saio de lá, enquanto o meio a meio ainda está no chão.

My dream boy Onde histórias criam vida. Descubra agora