Memories II

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Bakugou

   Na enfermaria, estou sentado em uma das macas aferindo a minha pressão, com uma cortina ao meu redor que forma uma barreira impedindo as outras pessoas de me verem. Também é assim ao redor de todas as outras macas nesta ala médica.
   O equipamento médico que foi colocado propositalmente apertando meu braço para maior precisão. O cheiro de remédio deste lugar me faz lembrar o hospital que eu estava internado, o que me faz querer sair daqui o mais rápido possível.
   Finalmente o equipamento é retirado de meu braço, deixando uma sensação confortável de liberdade no local onde foi colocado.

     — E então doutora? – digo com um ar de tédio
     — É estranho, pois sua pressão está normal. E devo dar meus parabéns pois é ela é impecável.
     — Que estranho... – deku comenta com seu típico ar de desconfiado
     — De qualquer forma é melhor se alimentar o mais rápido possível. – a doutora sugere – Agora vão para a aula se não irão se atrasar.

   Saímos da ala médica como nos foi ordenado e após alguns instantes. Quando se passam alguns instantes, o silêncio que havia se instaurado entre mim e o Deku finalmente se dissipa com a fala do mesmo.

     — Kacchan...
     — Oi Deku.
     — Eu não sou burro. Tem alguma coisa acontecendo que você está escondendo de mim.

   Fico impressionado com a intuição desse muleque ser tão filha da puta que consegue saber das coisas que estão tão em secreto.

     — Olha... Pelo que eu sei, não tem não.
     — Não vou forçar você a falar nada, – diz ele com uma cara de nada e com uma forma ríspida e seca de falar – mas que fique bem claro que eu fico bem triste em saber que você não confia totalmente em mim.

   Fico meio bravo com ele. Num momento como esse, a última coisa que eu poderia esperar dele é chantagem emocional. Agora a pessoa que está decepcionada entre nós sou eu.

     — Sério Midoriya? – involuntariamente, aumento o meu tom de voz sem perceber
     — Midoriya?! – fala surpreso com uma leve indignação sendo despejada eu meu peito por suas palavras
     — Desculpa Deku... É que você as vezes passa dos limites e me estressa de mais.
     — O que eu fiz dessa vez? – diz ele aumentando seu tom de voz, fazendo ele ficar mais alto que o normal
     — Chantagem emocional, talvez. – dico destilando meu veneno através do sarcasmo que emana de mim – de qualquer forma não vamos brigar, ok
     — Sim, claro... Eu também preciso pedir desculpas por ter me alterado um pouco.
     — Tudo bem. Não gosto de brigar com você.

   Ele me dá um abraço e com um sorriso no rosto, seus olhos brilham como esmeraldas lapidadas à mão de um joalheiro renomado.
   Chegamos em uma porta bem cumprida, mas com uma largura com o espaço de no máximo três de mim lado a lado. Presumo ser a sala de aula que eu estudo.

     — Chegamos! – diz Deku
     — É aqui? – o pergunto só para checar
     — Sim, sim.
     — Então vamos lá, não?
     — Sim, claro.

   Dou cinco soquinhos não muito fortes na porta, mas o suficiente para produzir um barulho consideravelmente alto e oco na porta.
   Mesmo sem abrir a porta da sala de aula, consigo sentir pelo lado de fora, o cheiro de móveis novos que emana seu odor por todo o corredor.

Midoriya

   O cheiro de madeira recém envernizada conforta meu nariz. Sempre gostei deste tipo de cheiro. Cheiro de materiais novos, como livros, móveis, madeira, tinta de parede entre outros.
   A porta se abre e é aí que o cheiro fica ainda mais intenso. Os móveis da sala de aula são todos novos. A administração da escola, em vez de reutilizar os móveis reservas para que possamos estudar, como todos esperamos que ela faça devido a sua má fama de prender a verba destinada à escola.
   Fico feliz por esse não ser o caso da U.A.
   Todos recebem o Kacchan de uma forma bem receptiva. Acho que... Mesmo que o Kacchan tenha uma personalidade meio tóxica, por assim dizer... Todos sentem um carinho por ele.
   Denki e Kirishima. Principalmente Kirishima. Vem em nossa direção para cumprimentar o Kacchan, que é a pessoa mais próxima deles na sala, mesmo que o Kacchan não esteja na escola nem por um mês completo.

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