My dream boy

I miss you my little

Bakugou

   Estou andando pela rua em rumo o único lugar que eu não queria ir, mas se lá é o único lugar onde eu tenho alguma chance de conseguir alguma pista em relação a minha irmã, eu preciso deixar qualquer emoção de lado, seja ela o orgulho, o amor ou a tristeza.
   Toco a campainha e fico na espera de alguém para abrir a porta para me atender. Só não quero que seja o Deku. Tudo menos ele. Já estou mal de mais para poder ter que lidar com DR com ele. A porta se apre e justamente ele está do outro lado. Ele me olha com surpresa e dúvida ao mesmo tempo.

     — Oi. – digo
     — Oi...? – ele responde em um leve tom de dúvida
     — Sua mãe está?
     — Não. – ele responde – Ela já saiu faz um tempo pra ir no mercado, já deve está voltando.
     — Ah. Então eu venho outra hora. – digo já me virando e indo em direção a rua

   Do jeito que as coisas entre eu e o Deku então, não acho uma boa ideia prolongar uma conversa com ele sendo  que o nosso último papo não acabou muito bem.
   Do jeito que eu estou esse final ruim está mais provável de acontecer que nunca e nesse momento tudo o que eu quero é evitar confusão, para que pelo menos fora da minha casa não esteja um inferno.

     — Se quiser pode esperar aqui dendro. – ele diz, fazendo eu parar de andar – Como eu falei, ela não vai demorar pra voltar.
     — Não acho que é uma boa ideia.
     — Qual é Kacchan. – diz ele – Você ainda é bem vindo aqui em casa.
     — Obrigado, mas-... – ele interrompe a minha fala
     — Mas nada. – diz ele – Se eu estou falando que você é bem vindo aqui é por que você realmente é bem vindo aqui.
     — Sei não Deku.
     — Bom. Eu vou deixar a porta aberta. – diz ele – Se não for entrar fecha por favor.

   Eu reluto muito antes de decidir alguma coisa. Embora eu não queira adiar a conversa com a tia Inko, eu também não quero ficar perto do Deku, não por que eu não gosto mais dele. É exatamente por que eu gosto dele que eu estou procurando me afastar. Pelo menos enquanto ele não se decide.
   No final de tudo, eu decido entrar, pois afinal de contas, tenho que manter o pensamento de que nenhum sentimento vai atrapalhar a minha busca por pista da minha irmã.

     — Com licença. – digo entrando e fechando a porta em seguida

   O Deku está sentado no sofá, encolhido em uma manta verde pastel enquanto vê anime na televisão.

     — Fica a vontade. – diz ele – senta aí. – ele indica o lugar ao seu lado com a mão

   Eu vou até onde ele indicou e me sento, sem falar nada. Coloco meu fone de ouvido e abro meu celular no aplicativo de música, colocando a playlist para rolar aleatoriamente.
   Após alguns segundos, o esverdeado fala alguma coisa comigo, mas devido o volume da música, só consigo ver seus lábios se mechendo. Tiro o fone do ouvido e faço uma expressão com o rosto de dúvida, indicando que quero que ele repita o que acabou de falar.

     — Eu disse que sinto muito pela sua irmã. – ele diz
     — Ah.
     — Pelo que eu me lembro é hoje o aniversário de morte dela. Não é?
     — Eu achava que você nem lembrava que eu tinha irmã. – digo deixando um pequeno e discreto sorriso de canto escapar
     — Pelo visto você se enganou mais uma vez. – diz ele.
     — Deve ser. – digo sem graça

   Fico em silêncio e ele não fala mais, ficando ali por um bom tempo sem falar nada. Ouço apenas o som do meu fone de ouvidos que agora está baixo o suficiente para que eu possa ouvir quando ele falar.

     — Sabe. Eu já passei por esse tipo de coisa.
     — Que coisa? – pergunto
     — O luto. – ele fala – E sei que é um saco.
     — Pois é. Nesses dias eu fiz coisas que eu nem imaginava que eu iria fazer. Minhas emoções estavam tão confusas que eu fiquei totalmente irreconhecível.
     — É, bem que eu notei que você estava diferente. – ele comenta – Mas eu já estava suspeitando que tinha a ver com a sua irmã.