Somente com o Deku

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Bakugou

   Desde que acordei minha cabeça está muito confusa em relação a tudo que está acontecendo comigo. Não consigo me lembrar de nada do que eu já tenha vivido antes de acordar neste hospital.
   Quem são meus pais? Quem são meus amigos? O que eu faço na minha rotina diária?
   Sei que esse tipo de preocupação pode parecer banal para a maioria das pessoas. Mas para mim que não lembro da minha identidade, de quem eu sou ou de quem eu já fui, esse tipo de questionamento se torna algo bem mais do que um simples questionamento.
   O medo e o desespero de não saber quem você é ou o que aconteceu com você é é tão perturbador que não sou capaz de compreender esse sentimento, mesmo que ele esteja dentro do meu próprio corpo, da minha própria mente, do meu próprio subconsciente, fazendo parte de mim e andando lado a lado em uma ácida companhia que eu provavelmente nunca irei perder.
   O que mais me perturba, é essa sensação e esse sentimento que acho que acaba se tornando meu principal medo. Medo de nunca mais me lembrar da pessoa que eu fui, das pessoas que eu consegui cativar, dos laços que eu criei e muitas outras coisas que eu possa ter feito em minha vida e não me recordo.
   Escuta o barulho da porta do quarto se abrindo e quando olho se trata de Deku que veio me visitar.
   Desde que eu acordei, ele por algum motivo é a única pessoa de que eu consigo me lembrar. Não me lembro de muita coisa, mas tudo que eu me lembro é o bastante para saber que ele é muito importante para mim. que a sua amizade foi essencial durante a minha vida. Vida é essa que eu nem sequer tenho a capacidade de me lembrar.

     — Bom dia Kacchan. Está bem?
     — Sim.
     — Está se sentindo melhor?
     — Sim.

   Por algum motivo me sinto acuado em sua presença como se houvesse hesitação em todos os meus gestos expressões e falas.

     — Você não me parece bem – ele comenta
     — É que... – sinto um pouco de excitação na hora de me abrir com ele, talvez por conta de tudo essa confusão mental que me consome desde que eu acordei –  você sabe que eu não me lembro de nada da minha vida.
     — Então é isso?... – eles diz de uma forma que o seu tom de voz transmite um certo alívio ao ver qual é o meu problema. Talvez ele tenha pensado que tinha acontecido algo mais grave – Eu sei que você pode estar preocupado e querendo saber da sua vida... E das suas memórias que você acabou se esquecendo. – ele começa a falar em um tom de voz reconfortante que me serve como uma cama quentinha e confortável, fazendo assim eu me tranquilizar a cada segundo que ele sair falando – Mas você não pode ficar se culpando por uma coisa que não é sua. E também ficar se cobrando e forçando a sua mente a se lembrar das coisas muito rápido desse jeito vai acabar prejudicando a sua saúde tanto física quanto psicológica, e eu não quero que isso aconteça com você.

   Acho que nenhum de nós queremos que isso aconteça.
   Não sei se já senti isso antes, mas enquanto o Deku fala, não consigo prestar uma atenção considerável ao que ele realmente estava falando pois fiquei ocupado demais olhando para o seu rosto, seu jeito, seus olhos... Enfim.
   Como estava falando antes não sei se já senti isso antes até porque nem se eu quisesse saber eu iria ter tal feito pois não me lembro de nada como todos já sabem. Mas começou na presença dele eu sinto algo diferente. É como um calor que vem de dentro de mim. Meu coração também fica mais acelerado do que o normal quando estou perto dele e de alguma forma tudo nele faz com que eu sempre queira estar mais e mais perto do mesmo.

     — Eu sei Deku. Mas a única pessoa que eu me lembro é de você. Nem sequer dos meus pais eu tenho lembranças ou qualquer resquício de sentimento que conseguiu se salvar dessa perca de memória.
     — Logo logo você irá se lembrar, não se preocupe.
     — você é um ótimo amigo Deku.

Midoriya

   Fico um pouco sem graça por conta de sua fala, Mas isso não significa que eu não tinha gostado de ouvir o que ele tinha acabado de falar.
   Quando me dou conta, sua mãe já está tocando em minhas costas e me jogando em seu corpo intencionalmente o que forma um lindo e reconfortante abraço que confessa estar com muita saudade de receber do mesmo.
   Minha nuca repousa em seus peitos musculosos que cara exercícios de academia fez questão de esculpir como uma obra de arte ou um monumento grego. Não questiono, só aproveite o momento. Estava com muita saudade de ter esse tempo com Kacchan e agora que finalmente estou matando essa saudade, não posso deixar a vergonha me atrapalhar.
   Quando o silêncio toma conta do ambiente, ou se o som da porta se abrindo e por instinto olho para ver quem entra dentro do quarto. São a tia Mitsuki e o tio Masaru.

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