My dream boy

***HAPPY NEW YEAR***

Midoriya

   Pego a carta é a guardo na gaveta de um móvel que fica na sala. Não sei muito bem como explicar o que eu senti quando li a carta que o Kacchan deixou para mim, mas mesmo que eu estivesse com vontade de estar com ele hoje, eu me sinto feliz por ele ter lembrado de mim.
   Minha mãe vem da cozinha com uma expressão de atenta e com certa pressa, ainda com o avental de cozinheira.

     — Você ainda não se arrumou filho?! – diz ela um pouco aborrecida
     — Eu ia me arrumar agora. – respondo – Mas a senhora parece estar bem ocupada.
     — É que é bastante comida pra fazer. – ela diz suspirando de cansaço
     — Mas de qualquer forma o pessoal não vai trazer comida também?
     — Vão, mas eu não sou muito fã de deixar tudo na mão dos outros. Prefiro eu mesma fazer.
     — Entendi. – falo – Bom então eu vou lá me arrumar e Jajá desço.
     — Vai logo antes que os familiares comecem a chegar.
     — Tudo bem mãe. – digo em um tom de voz cansado e um tanto impaciente.

   Tomo o meu banho e troco de roupa o mais rápido que consigo devido a apreensão de alguém chegar enquanto eu ainda estou me arrumando. Após alguns instantes que eu acabo de me arrumar, a campainha da minha casa toca.

     — Uffa – suspiro de alívio – Foi por pouco.

   Deixa as escadas às pressa e vou em direção a porta para abri-la. Quando abro a porta, dou de frente com o meu primo mais próximo e que fazia um certo tempo que eu não via o mesmo. Saindo.
   Diferente da maioria dos parentes que sempre vem comemorar essas ocasiões especiais aqui na minha casa, ele não é da minha família por parte de mãe, e sim por parte de pai, por isso ele não tem os seus cabelos esverdeados como os meus e sim um tom de marrom bem escuro quase que chegando no preto.
   O seu cabelo também é ondulado como o meu, provando que a minha mãe sempre falou a verdade quando dizia que eu puxei os cachos da família do meu pai.

     — Shindo! – Exclamo meio surpreso
     — Que saudade primo! – diz ele me abraçando e dando um beijo na minha bochecha – Quanto tempo nós não nos víamos, não é!
     — Alguns anos. – falo
     — E cadê a Tia? – ele pergunta
     — Ela tá lá dentro terminando de preparar as coisas pra o jantar. – falo
     — Posso ir lá ver ela?
     — Não sei nem por que você não entrou ainda. – digo sinalizando o interior da casa com a mão

   Ambos entramos dentro de casa rumo a cozinha, onde a minha mãe se encontra e enquanto andamos, vamos batendo o papo em dia. Ele coloca um de seus braços em meus ombros enquanto ainda estamos andando, demostrando que a nossa intimidade não foi abalada pelo tempo que passamos afastados um do outro.

     — Confesso que eu fiquei surpreso por você ter vindo aqui em casa comemorar com a gente. – digo
     — É que você sabe como é a nossa família com a sua mãe. – ele fala – Não sei por que ninguém gosta dela, acho isso uma chatice.
     — Nem me fala. – digo – Mas então por que você veio esse ano?
     — Por que eu finalmente consegui me emancipar dos meus pais e estou morando em um apartamento aqui na cidade. – ele explica – Ninguém mais manda em mim e eu posso fazer o que eu quiser sem meus pais tentarem me impedir com aquela desculpa de "Eu sou pai e eu que mando em você".
     — Você está morando aqui na cidade?! – Exclamo surpreso – Desde quando?!
     — Eu ainda tô no processo de mudança, mas faz uns quatro dias que eu estou aqui. – ele fala – Pior que a mudança tá longe de acabar.
     — E você está todo esse tempo aqui na cidade e nem pra vir visitar seu primo, né seu safado! – digo
     — Eu quiz fazer uma surpresa. – ele fala se defendendo – Se não, não iria ter graça.
     — É... Mas até que eu gostei da surpresa

   Chegamos na cozinha e a minha mãe ainda está fazendo o restante dos preparativos para a comemoração. Ela está com um semblante de nervosismo e confusão em seu rosto.