Uma conversa

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Bakugou

   Já fazem duas semanas desde a morte da mãe do Deku e ele ainda está bem mal, mesmo que tente se fazer de forte na frente de todos. Eu realmente não jogo por estar nesse estado, até porque eu sei que se no lugar da mãe dele fosse o meu pai que tivesse morrido, eu gostaria da mesma forma que ele e talvez lhe daria com a situação de uma forma um pouco menos racional.
   Hoje é o primeiro dia de aula e nesse momento todos devem estar se arrumando para se dirigirem ao prédio principal, onde sempre acontecem as aulas.
   Como já estou pronto vou em direção ao quarto do esverdeado, que quase não sai de lá. Apenas sai do quarto para comer. Isso quando come. Eu já estou ficando preocupado a respeito do seu estado de saúde, pois não é normal uma pessoa fica tanto tempo sem se alimentar direito e sem se quer tomar um pouco de sol.
   Bato na porta de seu quarto para anunciar minha presença antes mesmo de entrar. O Deku não liga se eu entrar sem bater na porta antes, mas é sempre bom manter a privacidade do outro intacta, então eu sempre bato na porta antes de entrar.
   Quando entro em seu quarto, vejo que o mesmo está deitada na cama debaixo do cobertor mexendo em seu celular.

     — Deku?
     — Oi Kacchan.
     — Você não vai para a aula?
     — Não tô me sentindo muito bem.

   É claro, você não como decentemente a mó tempão.
   Fico preocupado com ele ficar faltando a escola por muito tempo e acumular matéria ou até mesmo tirar notas baixas e não consegui recuperar elas.
   Sei que o luto é um processo difícil e que é necessário resolver tudo no seu tempo para que o luto possa ser superado por completo, mas mesmo assim sei que não é certo parar de viver por conta dele e sinto que no momento o Deku não consegue identificar isso.

     — Então você vai faltar?
     — Sim.
     — Tá bem, – digo – então eu vou ficar te fazendo companhia.
     — Não precisa Kacchan.
     — Precisa sim. – insisto
     — Não quero que você perca aula por minha causa. – ele diz
     — Não precisa se preocupar com isso. – digo – O primeiro dia de aula nunca tem nada de interessante.
     — Se você insiste, eu vou aceitar. – ele fala – Mas que fique claro que é só por hoje. Não quero que você se prejudique por minha causa.

   Eu o olho, sem responder o seu comentário ao meu respeito.
   Parece que quando ele fica triste ele se esquece das coisas ao redor dele. Ele ja6deveria saber que não me importo com o que aconteça comigo com tanto que eu esteja ao lado dele para o ajudar a passar por esse momento difícil na vida dele.
   Eu sei como é perder alguém que eu amo, principalmente da minha família. Passei por isso quando perdi a minha irmã, ou melhor, achava que tinha perdido ela. Acontece que por mais que tenha sido uma mentira da minha mãe, eu já passei pela dor de perder alguém da família que amo e sei que posso ajudar o pequeno a passar por essa junto a ele e dando o apoio que ele precisa no momento. O apoio que eu não recebi quando foi a minha vez.

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   Saio do meu quarto já sem o uniforme da escola, vestindo uma roupa mais casual e confortável. Sempre achei fardamentos desnecessários, principalmente se for para uso no ambiente escolar.
   Por mim seria muito melhor se as pessoas pudessem ir com uma roupa que se sintam mais a vontade, desde que não sejam roupas vulgares.
 

  Vou em direção ao quarto do esverdeado. Ao chegar na frente dos seus aposentos, bate na porta e entra logo em seguida, Como sempre faço de costume. Ao entrar vejo que o pequeno não está deitado na sua cama e ao verificar mais a fundo, percebo que também não está usando o banheiro.

     — Onde será que ele foi? – resmungo – Deve estar na cozinha, eu acho.

   Por instinto, vou imediatamente para a sala de estar do dormitório, que ficar junto a cozinha americana e a sala de jantar que tem no nosso dormitório.
   Eu particularmente gosto da ideias de passar um tempo morando dentro do dormitório da escola. Aqui é bem espaçoso e confortável. Posso arriscar dizer que é até melhor morar aqui do que na minha casa e não é só pelo fato de que aqui na U.A. eu não vou ter que conviver com a minha mãe.
   Chegando no final do corredor dos quartos posso ter uma visão panorâmica de a sala de estar no dormitório onde Logo percebo a presença do Deku sentado no sofá e aparentando estar lendo algo.

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