Explosão

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Midoriya

   Ao chegar na enfermaria da U.A., a enfermeira me atende com toda sua simpatia e bondade de sempre. Ela já é uma senhora de idade avançada, mas seu trabalho é tão bom e tão eficaz que ela ficou conhecida na escola como Recovery Girl.
   Ela enfaixa meus braços e diz que não preciso de pontos no local dos cortes, o que é bom, pois os pontos dariam mais trabalho para esconder.

     — Recovery. – fala Todoroki – A senhora pode vir aqui comigo rapidinho?
     — Claro.
   Eles vão até o canto da sala e conversam entre si, em um volume inaudível para mim, o que me deixa de certa forma curioso.

   Não imaginei que iria chegar a esse ponto. Não depois que o Katsuki voltou para minha vida, mas aqui estou. Desolado, fraco, frágil. No final da contas eu sempre serei assim. Nunca passarei de um inútil que está servindo só para gastar o oxigênio do planeta ou tirar alimento de quem precisa para poder me alimentar.

     — Midoriya. – diz Todoroki quando acaba a conversa com a enfermeira e vem vindo em minha direção.
     — Sim... – digo com um ar de perdido
     — Você está melhor?
     — Em que sentido?
     — É... tipo, mas calmo.
     — A... Era isso. sim estou.
     — Midoriya eu tentei te... – o interrompo antes mesmo que seja capaz de terminar sua frase, pois sei o que vai falar. Falar que me alertou sobre o Katsuki. Mas não é isso que eu quero ouvir neste momento.
     — Todoroki por favor não termina. – digo mantendo a calma, mas com certa firmeza na voz – Eu... quero ficar sozinho agora, ok.
     — Ok, estou indo. Fica bem – ele se vira e vai em direção a porta da enfermaria

+++

   Eu, ainda na enfermaria, perdido em pensamentos que nem mesmo consigo distinguir, ou melhor, nem mesmo sei se sequer eu estava pensando em algo.
   Ouço a porta se abrindo, e pelo barulho, alguém entrou com muita pressa, mas não olho, pois além de achar perda de tempo olhar a vida das pessoas eu também não estou no clima. Vejo pela visão periférica os cabelos loiros que já sei de quem é. Katsuki
 
 

— Deku o que aconteceu?! – ele vem em minha direção em um tom de voz preocupado e nervoso. Mas não adianta de nada sendo que ele que causou tudo isso.
     — E por acaso você faz questão de saber? – digo sem manter contato visual, pois sei bem a cara de
     — Deixa disso vai! Você se cortou não foi?
     — Não Katsuki, só resolvi me fantasia pro Halloween mais cedo. – a personalidade sarcástica toma conta de mim, tornando as palavras em minha boca incontrolável e impossíveis de serem contidas
     — Tá, essa eu merecia. – diz mais para si do que para mim

   Ainda por minha visão periférica, vejo o loiro com sua mão, vasculhando o bolso de sua blusa. Me espanto ao ver o mesmo tirando o objeto pequeno e metálico de dentro de sua roupa e por puro espanto e surpresa, olho para sua mão.
   Ele ajeita a lâmina em seus dedos da mesma forma que faço quando vou realizar os cortes em mim. O que me deixa um tanto desesperado, pois é a primeira vez que vejo alguém fazer isso na minha frente

     — O que você vai fazer?
     — Eu sei que foi por minha causa – diz ele rasgando seu braço e vejo seu sangue que também tem um tom vivo de vermelho escorrer pelo seu braço enquanto produz uma careta de dor e incômodo
     — Aaarh – ele diz baixinho demonstrando sua dor ao se auto mutilar
     — Kacchan não!!! – tento fracassadamente o impedir.
     — A partir de agora, q cada corte que você fizer em você, eu falei cinco em mim. É uma promessa. – diz ele me emocionando um pouco
     — Você nunca mais me faça isso,entendeu! – reprovo-o
     — Contanto que você não faça, eu também não faço. – fala o loiro com uma cara cínica

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