My dream boy

Fogo ardente

Midoriya

   Entro em meu quarto, acompanhado de Uraraka, Todoroki e Denki. Denki me coloca agendado em minha cama com cuidado. Ele examina meu pescoço minuciosamente por alguns instantes, até que se pronuncia:

     — Acho que vai ficar tudo bem, mas pode ficar alguma marca.
     — Aquele Bakugou passou dos limites dessa vez – fala Todoroki.
     — Ele é meu amigo, – Denki se pronuncia – mas vou ter que concordar com o Todoroki.

   Todoroki coloca a mão em sua nuca, na região que foi atingido, fazendo uma careta e logo em seguida tirando sua mão suja do vermelho opaco de seu sangue.

     — Caramba, olha pra isso. – o bicolor fala

   Ainda estou um tanto abalado com tudo o que acabou de acontecer. Nunca pensei que tudo isso pudesse acontecer entre mim e o Bakugou, mesmo por que nunca imaginei que ele desconfiaria da minha fidelidade em relação ao mesmo.
   Desde o momento da confusão há poucos minutos atrás, até o exato momento em que estamos, tenho em mente o responsável de tudo isso. O maior e único suspeito para colocar a responsabilidade de tudo o que acabou de acontecer. Shoto Todoroki.
   Mesmo que o bicolor tenha tentado me ajudar e fazer com que o Kacchan acreditasse que não aconteceu nada, eu não caí nem um pouco em seu papo. Na verdade faz muito tempo que não consigo acreditar em nada do que ele diz.
   Em alguns momentos minha mente tenta me fazer sentir melhor e faz eu pensar que tudo não passou de um pesadelo, mas a dor em meu pescoço é o gatilho para me fazer lembrar que tudo isso fez parte da realidade de merda em que eu vivo.
   Minha mente, a qual tenho quase certeza que é uma das minhas maiores inimigas, me faz voltar alguns minutos atrás e reviver mentalmente o terror que foi ter Katsuki Bakugou segurando meu pescoço com toda sua força.
   Juro por tudo que é mais importante para mim que naquele momento eu vi a intenção assassina nos olhos dele. Enquanto ele estava em cima de mim e com suas mãos fincadas em meu pescoço eu tinha plena certeza de que ele iria me matar ali mesmo.
   Odeio admitir, mas o Todoroki estava certo quando disse que uma hora o Bakugou sairia do controle e não iria me poupar de saber a sua verdadeira natureza.
   Todoroki estava certo quanto isso, mas Bakugou está errado quando acha que eu seria capaz de ferir o nosso relacionamento dessa forma e vou fazer de tudo para provar que ele está errado, não para voltar com ele, mas para esfregar na cara dele o quão injusto ele foi comigo e o quanto me magoou.

     — Mas você não se machucou em mais nenhum lugar Midoriya? – Todoroki me pergunta, fazendo com que eu saia do transe em que estou no momento
     — Acho que não. – falo

   Uraraka permanece o tempo todo em silêncio, presa em seu próprio mundo de pensamentos e aparentemente concentrada em seu mundo secreto, o qual nenhum de nós na sua frente consegue desvendar.

     — Uraraka? – falo chamando sua atenção
     — Ela tá bem? – Denki pergunta desconfiado

   Após alguns poucos segundos dela em completo silêncio,  ela em fim volta a realidade.

     — Não faz sentido. – ela diz
     — O que não faz sentido? – pergunto
     — Tudo isso que acabou de acontecer.
     — Na verdade faz todo sentido. – o bicolor se pronuncia – O Bakugou surtou mais uma vez e mostrou quem realmente é dessa vez.
     — Olha o jeito que você fala dele Todoroki. – Denki fala – Ele errou sim, mas ainda é meu amigo. E não vou permitir que você fale dele dessa maneira na minha frente.
     — Vocês dois! – advirto-os
     — Só estou falando a verdade Kaminari. – o bicolor responde com naturalidade. – O Bakugou perdeu o controle de si mesmo e chegou ao ponto de ferir o Midoriya, isso você não pode negar. – Denki fica em silêncio, vencido nos argumentos – Confesso que eu já esperava por isso.
     — Não estou falando nesse sentido – Uraraka fala – e sim no sentido das fotos.