Conselho Tutelar

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Midoriya

     — Somos da assistência social. – a mulher fala
     — Estamos aqui para buscar um dos alunos que está confinado nessa escola. A mãe dele morreu recentemente e como nem o pai nem a mãe estão mais vivos, ele é órfão e precisamos cuidar desse caso. Se eu bem me lembro... O nome dele é... Izuko Midoriya.

   O que significa isso?
   Por que eles estão aqui?
   O que vai ser de mim?
   Essas são perguntas as quais eu já sei a resposta. Eles estão aqui para me buscar e me tirar daqui. Mas a questão é o que eu vou fazer a respeito disso.
   O medo já tomou conta de mim. Minhas pernas estão chumbadas no chão por uma força invisível criada pelo medo e a energia aterrorizante que toma conta de minha consciência.
   "Corra!" Minha mente me grita. "Vamos!Fuja daí agora Izuko Midoriya!" Ela suplica.
   Meu subconsciente implora para mim que eu saia desse lugar o mais rápido possível. Sinto meus instintos de sobrevivência me preenchendo assim que o medo é expulso de mim.
   Corro em disparada, para longe sem ousar olhar para trás. Quanto mais rápido eu sair desse lugar e mais longe eu ficar desses dois, menos chances eles tem de me encontrar.
   Por que que sempre acontece essas coisas ruins na minha vida? Sempre que eu melhoro ou supero algum acontecimento ruim vem e me desestabiliza por completo. Sempre tem alguma coisa para tirar a minha paz. Primeiro veio o acidente do Kacchan e depois disso eu tive que passar por tantas situações em sequência que eu ainda não sei como estou de pé.
   Com o máximo que eu posso. A situação é tão desesperadora e preocupante na minha perspectiva que não ligo se estou com falta de ar e muito menos me importo com o cansaço e o meu corpo clamando para que eu pare.
   Corro. Corro. Corro. Corro o mais rápido que eu posso, para o mais longe que eu consegui. Não pode ser encontrada por ninguém. Absolutamente ninguém. Não faço ser encontrado nem mesmo pelo meus amigos e muito menos pela assistência social.
   Se qualquer pessoa me encontrar, meu fim longe de tudo o que eu considero como parte da minha vida e que eu já estou acostumada, já estará traçado. Minha mente está ocupada o suficiente para que eu não preste atenção nos arredores e corra em disparada apenas focando para onde eu quero ir, para o dormitório.
   No completa barrão que meus olhos conseguem ver, detesto o borrão de uma silhueta que certamente é de uma pessoa que está andando na direção contrária à minha. Logo em seguida sinto a colisão do meu ombro direito com o seu, sentindo o incomodo no osso do local atingido.
   Perco o equilíbrio. A inércia me atrair em direção ao chão e sou capaz de sentir os efeitos da queda rapidamente.

     — Midoriya? – diz uma voz masculina familiar

   Me levante me virem em direção a pessoa que está falando comigo e a qual eu tenho certeza de que eu conheço. No meu campo de visão se revela a imagem Clara do ruivo de penteado espetado olhando diretamente para mim.

     — Kirishima...
     — Você está bem?
     — Sim, estou.
     — Tem certeza que não se machucou?
     — Sim tenho. – digo apreensivo – Agora eu preciso ir.

   Começa a correr, mas nos primeiros passos que me impulsionam e me fazem ganhar mais velocidade, lembro-me de que o fato de que o Kirishima me viu indo em direção ao dormitório não é um bom sinal. Caso alguém pergunte se me viram, ele pode falar alguma coisa.
   Volto alguns passo para trás e me viro para a direção do mesmo.

     — Ah, Kirishima... – digo – Aconteça o que acontecer, não fala pra absolutamente ninguém que você me viu. Literalmente ninguém.

   Não esquece de firmar a ideia do "absolutamente ninguém" na cabeça do ruivo para que ele não caia na tentação de revelar o meu paradeiro nem mesmo para o Kacchan.
   Sei que mesmo eu falando para ele não contar para ninguém ele acharia aqui seria uma boa falar para o Kacchan que ele me viu em direção ao dormitório, já que normalmente o loiro consegue ligar bem com esse tipo de situação, mas a situação atual é mais séria do que ele pode imaginar e nem o Kacchan pode me ajudar nesse momento.

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