Assumidos

62 6 1
                                    

Bakugou

     — EM TODOROKI?!?!? – digo aos gritos

   Eu o ergo pela gola de sua camisa o deixando cara a cara comigo, quase que encostando os narizes um no outro de tão perto que estávamos. Ele reflete uma expressão que mostra um misto de medo e surpresa, o que me dá poder de deixar o meu recado o mais firme possível.

     — Para de ficar em silêncio e fala logo! – digo – Esse seu silêncio me irrita!
     — O que você quer que eu fale a final de contas?! – diz ele se fazendo de inocente – Eu só falei aquilo por que eu achei que você estava afim dela e tals. Ultimamente você só vivia na biblioteca e era em uma época que você e o Midoriya quase não se falavam.
     — Para de mentir! – eu Exclamo quase que gritando na cara do mesmo – Eu não acredito nessas suas histórias!!
     — Acreditando ou não é a verdade – fala ele calmo, mas usando toda a sua cautela para que não piore as coisas

   Sei disso por que já estou me acostumando com esse jeito certinho e manipulador dele. Enquanto ele se faz de bom moço em público, por trás de todos ele faz o que bem entende do jeito que quiser.

     — Em nenhum momento eu falei que você estava afim dela, eu só disse que achava que rolava e expliquei o por quê. Ela que entendeu tudo errado.

   Eu o solto, o deixando livre de qualquer ameaça de agressão que eu dei. Ele passa a mão na sua roupa e ajeita a gola, tirando algumas rugas de amassados que deixei quando o segurei.

     — Tô de olho em você meio a meio. – falo me retirando do local antes que eu comece a me estressar novamente
     — É, eu sei que está. – diz ele quase que em um sussurro, mas alto o suficiente para que meus ouvidos sejam capazes de identificar as palavras.

Midoriya

   Estou no meu quarto lendo um livro que peguei na biblioteca da escola a pouco mais de uma semana quando o Kacchan entra no quarto após bater algumas vezes na porta.

     — Onde você estava? – pergunto preocupado, pois já são quase onze horas da noite – Conseguiu falar com a Mei?
     — Sim, – diz ele – e cheguei tarde por que eu estava resolvendo um problema metade metade
     — Tá falando do Todoroki?
     — Exatamente. – diz ele ainda na porta
     — Que crime ele praticou agora? – digo ironicamente, pois já não aguento mais o Kacchan insistir que um de meus melhores amigos é um criminoso
     — Ele disse para a Mei que eu estava afim dela, acredita?

   Permaneço em silêncio mas ao mesmo tempo incrédulo com que ele acaba de me dizer. Não consigo acreditar que o Todoroki fez isso, não de propósito. Talvez haja alguma explicação para que ele fez pois não é possível que ele fez isso de propósito até porque ele sabe muito bem que eu e o Kacchan estamos namorando.

     — E como você soube disso?
     — A Mei me disse.
     — E aí você simplesmente foi bater na porta da casa dele pra tirar satisfação?
     — Não, não. – diz ele em defensiva – Não cheguei a esse ponto. Encontrei ele na rua por pura coincidência enquanto eu estava voltando para casa. – ele explica
     — E ele falou o que?
     — Inventou uma desculpa qualquer, disse que achava que como eu e você estavamos brigando muito não iríamos ficar juntos mesmo e viu uma vez que eu pareci dar bola para ela. Mas é óbvio que é mentira.
     — Se ele falou deve ser verdade né. Mas espero que a parte da Mei e você seja apenas um engano.
     — Não é engano, é invenção. Mas vamos parar de falar disso antes que acabemos brigando.
     — Concordo.

   Ele entra e se senta ao meu lado olhando para mim por alguns instantes enquanto permanece em silêncio. Não entendo muito bem o porquê dele está fazendo isso então decido perguntar.

My dream boy Onde histórias criam vida. Descubra agora