O conflito interno

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Bakugou

   Acordo em minha cama, com apenas metade do meu corpo coberto e de uma forma totalmente irregular.
   Minha cabeça é preenchida por uma torturante e dilacerante dor, como se a mesma fosse lar de homenzinhos minúsculos com martelos batendo vez após vez nela

     — Mas que caralho! – exclamou, enquanto contrário os músculos do meu rosto, principalmente minhas pálpebras e os músculos da minha boca, fazendo involuntariamente meus dentes ficarem amostra

   Quando estou me acostumando com a dor de cabeça insuportável, me sento na ponta da cama e me vejo nu diante do que quer que estivesse no meu quarto, mesmo sabendo que não há ninguém alí.
   Puxo na minha memória o porque estou com essa dor de cabeça, assim como uma retrospectiva. Com certa dificuldade, consigo alguns flashbacks da noite passada. Lembro-me de como eu virava metade das garrafas de whisky na garganta de uma só vez.
   Mas a única coisa que eu não esqueci, era a cena do Deku e do merdinha do meio a meio se pegando no quarto do esverdeado.
   Uma coisa que eu não consigo entender é o porquê que eu não taquei o foda-se para tudo isso em vez de agredir meu fígado com bebidas alcoólicas que nem se quer tenho afinidade.
   "No fundo você sabe. Só está em estado de negação." Diz uma voz que ecoa em minha cabeça, tão baixa e inaudível, ao mesmo tempo tão estridente que sinto uma onda de arrepios correndo desde minha nuca até   a ponta da minha espinha.
   E essa voz está certa. Eu sei. Sei muito bem o que está acontecendo comigo, sei mas não quero assumir. Quero negar tudo que sinto para que não me machuque. "Mas assim você não está se machucando mais?" Diz a mesma voz, agora com mais impacto.
   A porta do meu quarto se abre e eu rapidamente me cubro com a coberta que não estava mais cobrindo minhas partes íntimas. Quando a pessoa entra, vejo que se trata do meu pai vindo me trazer o pote de balas que ganhei ontem. Ele anda cambaleando e com sua respiração bruta e agressiva, provavelmente por causa do peso que carregam
   Coloca o pote no canto do meu quarto onde está minha mesa de estudo, deixando o pote em baixo dela de maneira discreta. Caso eu não tivesse visto que meu pai trazendo-o, não iria perceber que se encontra ali até que eu fosse usar a mesa para estudar.

     — Vista-se Katsuki – fala meu pai com uma cara de julgamento que não é normal de surgir em sua face – você tem visita.
     — Visita? – Digo com a cabeça levemente inclinada para o lado em sinônimo de confusão.

   Visita? Mas... Que visita? Quem está aqui? Tantas perguntas e questionamentos vem em minha mente de uma só vez como um lapso de memória de alguém quando lembra de tudo após a cura de uma amnésia.

     — Quem é? – pergunto
     — É só você ir ver filhão – fala meu pai, finalizando com uma curta risada de desdém que ele costuma dar.
     — Masaru seu Embuste! – grita uma voz feminina vindo da cozinha que rapidamente identifico como a da minha mãe.
     — Oi amor! – diz meu pai, a respondendo com a mais pura calma que já teve
     — Amor é um caralho vem logo aqui que eu estou precisando de ajuda urgente – diz ela em um tom de voz que dá a impressão que está ainda mais irritada.
     — Em fim meu filho, – diz meu pai, agora dirigindo a palavra para minha pessoa. Ainda estou na cama atordoado e com dor de cabeça que aos poucos vai passando lentamente – Vista-se e vá atender sua visita.

   Sem responder, vou em direção ao closet do meu quarto que pedi para fazerem ainda quando eu estava nos EUA. Ainda nu pego uma cueca preta, uma calça moletom azul marinho e minha camiseta preferida preta, com um símbolo de caveira branco no meio.
   Desço as escadas, a cada degrau que desço uma ponta de dor fina corre em minha cabeça, mas já estou me acostumando com a agonia então não dou muita atenção. Quando termino de descer as escadas tenho algumas surpresas. A primeira. Deku é a minha visita. Segundo. Todoroki está o acompanhando. E a terceira e última. Eles estão todos sentados em minha mesa na sala de jantar, conversando com uma personificação calma e gentil da minha mãe como se fossem amigos de longa data.

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