O que você está tramando?

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Bakugou

   O Deku está na minha frente, na mureta de um prédio. Estamos no terraço de um alto edifício de Shibuya. Ele está todo vestido de preto assim como eu.
   E sempre orando para o mesmo não fazer o que ele está pensando em fazer. Sei que daqui alguns momentos ele vai se jogar contra a gravidade até se chocar com o chão que está a dezenas de metros de altura.

     — Deku por favor!
     — CHEGA KACCHAN! – diz o pequeno aos prantos

   Ele está inconsolável e já suspeito o motivo dele se encontrar nesse estado.

     — Sou eu! Seu Kacchan! Eu estou te implorando pra não pular!
     — Não adianta Kacchan, eu não tenho mais nada nessa minha vida medíocre. Até a minha mãe já se foi.
     — Mas... Eu sei que parece egoísmo, mas você ainda tem a mim.
     — Eu sei. – diz ele se virando para minha direção – É por isso que posso morrer feliz. – diz ele sorrindo de modo que seus olhos fecham, enquanto lágrimas de tristeza escorrem pelo seu rosto – Por que seu que eu não morri totalmente sozinho.
   Ele pula.
     — DEKU NÃO!!! – tento correr atrás do mesmo na esperança de conseguir fazer o que fiz há alguns anos atrás. Mas não consigo.

   Acho que o acontecimento naquele dia no colégio foi pura sorte. Foi por pouco que eu consegui segurar a sua mão e o impedir de cometer tal ato. Mas agora que fracassei só me resta olhar o seu corpo caindo em queda livre, em direção a calça andar de concreto.
   O desespero toma conta de mim e o apse da minha loucura e de minha insanidade me controlam quando ouço o barulho de ossos se despedaçando na calçada em frente ao edifício que estou.

     — NAAAAAAAAAO!!!!!!
   Acordo aos gritos.
     — NAAAAAAAAAO!!!!!!
     — Kacchan?!!!!
     — Deku?... – falo meio atordoado – É você?
     — É claro que sou eu. Você está bem? Teve um pesadelo?
     — Você está vivo!
     — É... Sim estou, né? – fal ele confirmando em forma de pergunta, como se estivesse enfatizando o óbvio
     — Que bom! – o abraço caindo no choro
     — Tudo bem – diz ele me abraçando – foi só um pesadelo. Já passou.
     — Aquela desgraça... Pesadelo é pouco.

+++

   A cena do corpo do Deku caindo de metros e metros de altura e caindo no chão e quebrando todos os ossos de seu corpo não sai da minha cabeça. Mesmo que tenha sido só a merda de um pesadelo, a imagem está solidificada em minha mente como se fosse parte da realidade, e é isso que está me fodendo mais ainda.
   Acho que o fato de está escondendo a doença de sua mãe dele está mechendo comigo mais do que eu pensava.
   Mas que porra Bakugou! Como você pode deixar uma coisa dessas te desestabilizar! Nem se quer fez um dia que você está guardando isso dele!

     — Boa tarde! – Mei me cumprimenta toda animada
     — A, boa tarde Mei. – digo
     — Nossa, que bad vibe! – diz ele com uma cara mais séria – Sai pra lá com essa energia negativa! – diz ela me dando alguns tapinhas no peito

   Não tenho certeza, mas sempre que estou conversando com ela, parece que ela está dando em cima de mim, mas nem se quer dou bola, pois como já falei, só tenho olhos para o Deku.

     — Bem... Por onde eu começo? – pergunto na tentativa de sair daquela situação suspeita
     — Começa organizando esses livros que estão no carrinho nas prateleiras – diz ela apontando para um carrinho se livros que está com uma certa quantidade de livros nele – Eu vou te dar uma tabela com um mapa de referência para você saber onde fica cada tipo de livro. Só por enquanto que você não mentaliza tudo.
     — Sério?! Pois garanto que ainda hoje eu consigo mentalizar tudo. – digo olhando para a mesma com uma cara de soberba
     — Pois eu duvido.
     — Quer apostar?
     — Tudo bem. – diz ela – Se você perder, você me paga um almoço, já se eu perder, eu te pago um almoço.

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