Capítulo 14

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Viturino

Olhava ao redor observando tanta gente num lugar só, o baile tava fervendo. Meus olhos foram diretamente na Iana que estava sentadinha tomando uma coca ks. Toda de risinho com umas conhecidas dela aqui do morro.

O visor do meu celular acendeu mais uma vez e na esperança de ser ela olhei rapidamente, mas era só o desocupado do PL me mandando vídeo no Instagram.

Fiquei puto com o jeito que ela saiu daqui, toda acuada, triste e desesperada. Ela tava pior do que no dia que eu disse que levaria ela no morro quando estava no hospital.

— qual foi, viu o vídeo que te mandei ? — ouço sua voz um pouco embriagada pelo uísque e me viro vendo seu sorriso aberto — que porra de cara é essa ? — meu semblante com certeza denunciava meu humor.

— tô tranquilo — dei um gole na bebida em meu copo e continuei quieto.

— bailão desse e tu aí encostado nessa grade, ouve o beat...bandido não dança, dança, bandido ginga e balança — catarolou e fez passinho todo mole pela bebida.

— aí, PL, tô sem cabeça, irmão — ele parou de dançar e me fitou sem entender.

— tava todo todo ai, querendo saber da novinha do Vidigal e agora não tá com cabeça ? — falou parecendo indignado — pegou o que ai, marrom bombom ?

— tu leva a Iana quando ela quiser ir — apontei — e sem gracinha que eu te desço uma surra — falei sério.

— só se for de pica, bombonzinho — caralho, só vive de gestação.

Neguei com a cabeça e peguei o caminho pra fora do baile passando pela Iana e deixando avisado que queria ela em casa antes das cinco e na casa dela, não na casa de fulana ou beltrana.

Atravesso a rua olhando os vapores da contenção em alerta, um leve sinal e eles entendem o que pretendo.

Entro no carro encostando todo meu tronco no banco tentando relaxar a mente. Fecho meus olhos e depois de instantes a imagem dela vem na minha mente, ela apoiada no sofá sendo sustentada pelas minhas mãos e minha língua passando pelo buceta molhada.

Consigo imaginar, de olhos fechados, a cabeça do meu pau deslizando bem devagar pela sua entrada, sentindo ela me apertar e me lambuzar.

Caralho.

Mais um mês e alguns dias é o tempo que eu vou esperar e vou esperar ansioso como um virgem de treze anos.

Abro os olhos e percebo a minha ereção formada só de pensar nela por alguns segundos. Ligo o carro e direciono pra casa, atento ao movimento das ruas.

Preciso saber se chegou bem e se tá bem. Olho pro visor algumas vezes e vou direto na conversa com AK. Se tem alguém que vai me passar o número dela, esse alguém é ele.

AK, preciso do contato da Maria.

— já é — me encaminhou o contato,
apertei o celular em minhas mãos sentindo um bagulho do caralho sem saber se ele fez algum bagulho com ela.

Deixei o celular no bolso e entrei em casa sentindo o cheiro do perfume dela que ainda tava lá. Tirei o celular do bolso e já mandei mensagem pra ela.

chegou bem, pequena ?

Mais alguns minutos e nada dela me responder, fui pro banheiro da suíte e entrei no box ligando o chuveiro. A água quente caia sobre meu corpo fazendo meus músculos relaxarem e fiquei alguns minutos ali, só com essa sensação.

Minha mente a mil com várias fitas que aconteceram essa semana e a porra do Tenente era a pior delas, ele vivia igual urubu em cima de carniça quando se tratava do meu nome.

Eu não queria pensar nisso, mas invasão era uma possibilidade e isso me deixava fudido porque era um caos total. E o que me deixava mais puto não era perder vapor, porque quem entra nisso aqui entra sabendo que de manhã tá vivo mas não sabe se de noite volta pra casa, mas o fato de morador e inocente ficar no meio era foda.

Jornal a milhão repassando mentira, dizendo que a culpa das mortes eram nossas quando quem sobe a luz do dia em horário de pico são eles, nunca ganham uma mas tão sempre querendo trocar tiro.

Termino de tomar meu banho e saio do box me secando, vou até minhas roupas pegando uma bermuda solta e deito na cama com um braço embaixo da cabeça enquanto pego o celular. Vejo que Maria nem me respondeu ainda.

Os olhos começam a pesar e o cansaço toma conta, fecho meus olhos pensando em tudo que rolou e como eu queria poder ter ela comigo, o que é realmente estranho já que conheci ela a alguns dias. Mas até o gosto dela não sai da minha boca e nem o jeito que ela me olha da minha mente.

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora