Capítulo 55

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Vicenzo 😈

você sabe como ele é, sempre querendo proteger e defender — sua voz suave se destacou no silêncio do quarto depois que GS saiu.

— eu sinto muito pelo bebê.

— não sente, Vicenzo — um sorriso amargo em seus lábios surgiu — tu nem queria criança nenhuma.

Meu peito parecia ser moído em diversos pedaços quando ela levantou o rosto e eu pude ver as lágrimas que ainda saiam dos seus olhos, bem pequenos e puxados.

Talvez ele ou ela fosse assim, com os olhinhos mais puxados, um misto da minha pele negra com a cor da pele dela. Não sei se teimoso como ela ou pavio curto como eu, mas sem dúvidas seria a melhor mistura de nós dois.

— eu não ia tá preparado mesmo não, eu nunca quis filhos, Maria, mas isso não quer dizer que eu desprezaria um se eu tivesse — ela olhava pra mim com atenção, mas ainda chorando — antes de tudo eu sou homem pra arcar com as minhas responsabilidades, não ia nunca te deixar sozinha e muito menos abandonar sangue do meu sangue.

— mas poderia, conseguiria se quisesse.

— não ia conseguir não, Maria.

— por que ? Por que não ?

— eu amo você, sua teimosa. Posso ter me assustado com a notícia, eu realmente nunca sonhei com isso, não era um objetivo, mas aconteceu e eu jamais te largaria por isso.

Ela fechou os olhos, sentindo o carinho que eu fazia no seu rosto, enquanto isso as lágrimas desciam silenciosas.

— mas agora não existe mais — sua voz saiu abafada, chorosa e bem tristonha.

Eu não consegui reagir quando o médico disse apenas um "sinto muito". É como colocarem na tua frente e depois tirarem com as próprias mãos.

Eu nunca rejeitaria, não é meu sonho, mas é meu filho, meu sangue, resultado de um bagulho que nem eu sei explicar.

Amar a Maria foi uma surpresa até pra mim, ela chegou como quem não queria nada e foi mexendo com a mente de vagabundo.

— Maria — chamei por ela que relutou em abrir os olhos — olha aqui — ela encarou meu olhos com atenção — foi um susto pra gente, não deu tempo de se acostumar, mas a gente vai ter tempo pra montar um time se tu quiser.

— como assim ? Tá falando de que ? — seus olhos confusos, cenho franzido.

— tô falando que a gente pode ter uma vida inteira pra fazer uma família, pra tá junto.

— não faz isso, Vicenzo, não pede se for da boca pra fora.

— nunca vai ser da boca pra fora quando se trata de você, da minha pequena. Maria, casa comigo, mora comigo, faz uma família comigo, nós dois.

— tá brincando comigo ?

— eu sou vagabundo, mas tenho palavra — me fiz de ofendido e ela deu um meio sorriso.

— sabe que eu tenho sonhos que não abro mão, não sabe ?

— se são seus sonhos, eu respeito e te apoio no que for preciso.

— então acho que serei uma noiva — ela abriu um pequeno sorriso e acariciou minha mão que tava no rosto dela.

......2 meses depois......

Mavi ❤️‍🔥

Dois meses se passaram desde aquele dia. Olho mais uma vez pro solitário em meu dedo, acompanhado de uma aliança, ambos de ouro como devem ser.

Vejo minha imagem no espelho mais uma vez, um vestido vermelho tomara que caia com um recorte que deixava a mostra minha pele. Estava me arrumando para o primeiro mêsversário do bebê da dinda.

Ele nasceu forte e gordinho com seus quatro quilos e meio, coitada da Bárbara que ainda teve parto normal. Cheio de saúde e rodeado de amor, a sala de espera estava tão lotada que quase não cabia de gente.

Por fim, eles decidiram que ele se chamaria Silas. Ela não queria um nome tão comum, mas também não queria um nome que ninguém conseguisse pronunciar e no final escolheu o nome do seu avô paterno.

Pelo reflexo do espelho me viro de lado, analiso minha barriga sem volume e solto um suspiro. Penso que poderia estar agora com meus cinco meses, minha barriga estaria grande e eu afoita e desesperada organizando tudo pra chegada do meu bebê.

No dia da curetagem foi quando minha ficha caiu em relação ao meu bebê, ao fato dele não estar mais ali. Nesse dia eu descobri que seria uma menina, isso me entristeceu mais ainda e eu voltei pra casa aos prantos, não queria conversar ou sair, somente ficar deitada e imaginar como seria estar feliz e me sentindo completa com minha filha e o pai dele.

— bora amor, desse jeito vamo chegar só no parabéns — a voz dele cessa assim que me vê, ele me analisa de cima a baixo e de baixo pra cima — sem palavras como sempre — seu sorriso de orelha a orelha enche meu coração de felicidade.

— obrigada — passo a mão pelo vestido para fingir que estou arrumando, mas só estou com vergonha, afinal ele ainda me causa isso — tá muito gato, meu pretinho — me aproximo dele, seguro sua mão esquerda com a minha mão direita e entrelaço nossos dedos.

— é tão perfeita que não tem um elogio certo pra tu, todos são poucos pro tanto de beleza que tu tem — com a outra mão ele põe uma mecha do meu cabelo a atrás a orelha, e depois segura meu rosto me dando um selinho.

— eu não sei nem reagir quando me elogia assim — ele franze o cenho e eu explico — só não tô acostumada.

— vai acostumando então, elogios nunca vão te faltar — ele colocou nossas mãos pra trás na altura da minha cintura e depositou mais um beijo em meus lábios, dessa vez mais quente.

— eu te amo — eu disse assim que nos separamos.

— eu te amo até mais, tu não tem noção não — senti o calor do corpo dele ainda mais próximo de mim — agora bora antes que a festa acabe — concordei com ele apenas em um aceno e saímos do quarto.

Olá olá, meninas !!!
Confesso que eu não esperava esse tanto de visualização e tão pouco comentários. Fico imensamente feliz por estarem gostando da história, mas logo logo vou finaliza-la pra focar em Mentira Letal, que eu acredito que por ser uma segunda obra esteja melhor.

Vocês esperam uma parte dois desse livro ? Se sim quais as expectativas de vocês ??

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora