Capítulo 17

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Mavi❤️‍🔥

Bendita foi a hora, meu Deus.

Passo a mão de leve em meus seios sentindo o metal pequeno e uma dor não tão leve quanto eu esperava.

Levantei a blusa de frente ao espelho e observei os dois seios médios e agora diferente do habitual. Passo minha língua pelo piercing em minha boca sentindo o gélido do metal.

Por segundos minha mente vai no Viturino e em como seria bom sentir sua língua passando pelo bico recém furado, aquela dorzinha gostosa.

Abaixo minha blusa e vou até a sacada ouvindo um barulho estranho. Olho ao redor vendo minha flores e depois bato meu olhos na grade de proteção.

Observo bem vendo que não tinha ninguém ali mas ouço uma respiração pesada, como alguém buscando forças. Vou até a grade e me apoio pra frente olhando pra baixo.

Mas que porra...

— Victor, tá fazendo o que ? — abro os braços vendo ele subir apoiado no poste.

— tentando pular sua janela, mas achei que seria mais fácil — ouvi seu sussurro como se fosse um ladrãozinho.

— minha casa tem porta seu idiota — ele revirou os olhos e bufou.

— eu sei, porra. Mas também tem teu pai — segurou firme o poste com uma das mãos e com a outra limpou o suor da testa.

— e por que tá tentando entrar pela janela ? — joguei me cabelo pra trás e vi ele franzir o cenho — que foi ?

— desde quando tem piercing no peito ? — olhei pros seios por cima da blusa e vi que estavam marcados pelo ventinho que batia.

Passei meu cabelo pra frente de novo e senti meu rosto queimar pela vergonha enquanto ele ria feito um idiota.

— Viturino vai gostar nada disso aí.

— tá falando dele por quê ? — cruzei os braços na altura do peito.

— vou descer do poste e tu vai me encontrar aqui na rua de trás.

— mas...— ele nem me deixou terminar.

— da teus pulo, garota — vi ele descer o poste com facilidade e indo pro carro como se nada tivesse acontecido.

A rua de trás completamente vazia e com uma iluminação precária de apenas um poste de luz. Entrei e fechei a porta puxando as cortinas.

Eu não vou descer.

Eu deveria descer ?

Eu vou descer.

Olhei no espelho mais uma vez, me observei dentro do pijama que usava e resolvi trocar de roupa, tinha acabado de tomar um banhozinho e tava pronta pra deitar.

Fui até o guarda roupa e pensei que qualquer peça serviria, nem sei pra onde esse doido queria ir. Pequei um vestidinho solto, que já tinha bojo e me deixaria confortável, e uma rasteirinha.

Uma notificação caiu no meu celular e antes de ir no banheiro peguei ele e li a mensagem se entender nada.

separa teus bagulho que tu vai dormir aqui.

Que caralho é esse ? Li mais uma vez sem acreditar que era o Viturino. Onze horas da noite, esse homem pensa o que da vida ?

Fui até o banheiro e passei um hidratante no rosto e nos lábios acompanhado de um rímel apenas. Troquei de roupa e voltei pro quarto encarando minha mochila no canto do guarda roupa.

E sem saber o porquê eu simplesmente obedeci, peguei uma mochilinha pequena e coloquei o básico dentro. Desci as escadas e sondei percebendo que meu pai e minha mãe não estavam.

Resolvi mandar uma mensagem só pra saber onde estavam e que horas chegariam. Minha mãe respondeu que resolveram dormir fora porque era o mêsversário de casamento.

Fiz uma careta lendo a mensagem, quase vinte anos e ainda comemoram meses ? Espero que tenha disposição pra fazer o mesmo quando me casar.

Abri a porta e fui até a rua de trás, por algum motivo o AK piscou os faróis do carro e eu só entrei sem entender.

— porque piscou o farol ? Só tem seu carro na rua — ele me olhou com tédio.

— não assiste filmes de ação ?

Fechei a porta do carro e encarei ele serinha.

— vai ajudar toda vez que ele pedir ?

— vou, meu parceiro, pô.

— tá arriscando tua cabeça, se meu pai descobre tu é um gerente morto.

— só lamento, gerente igual eu tá difícil — deu um sorriso cretino e ligou o carro indo pra fora do morro.

......

Ouvi o Victor ligar o carro e descer o morro assim que fechei a porta. Olhei bem a casa em que estive aquela noite e senti minha pernas bambearem só pelas recordações.

Que porra eu tô fazendo ?

Será que ele gostaria do piercing ? Talvez eu me arrependa porque isso pareceu imaturo, eu deveria estar com raiva, afinal Rebecca deixou claro que ela fez aquilo pra ele e talvez ele já tenha visto. Talvez já tenha tocado o corpo dela e esteja satisfeito.

Ela conhece ele a mais tempo e talvez melhor do que eu, eu conheço ele a alguns dias e os meus sonhos eróticos não mudam isso porque eram só sonhos. Sonhos maravilhosos, mas apenas sonhos.

Alguns da contenção me encaravam com dúvida e acredito que se perguntavam se eu iria ficar apenas olhando ou se entraria. Um deles falou algo no rádio parecido com o que meu pai usava e logo a porta foi aberta.

— porque não disse que tinha chegado ?

— Viturino, não posso ficar — encarei seus olhos enquanto ele se aproximava.

— não pode, mas trouxe uma bolsa, engraçado — vi um sorriso divertido crescer em seus lábios.

— porque pediu pra ele me trazer ?

Ele se aproximou um pouco mais e a essa altura a contenção olhava pra todos os lados menos pra gente. Ele pegou a bolsa das minhas mãos e se inclinou próximo ao meu ouvido.

— porque teu gosto ainda tá na minha boca, mas tá fraco e eu precisava de mais, Maria — minhas bochechas coraram e eu sabia porque ele se afastou e deu um beijo em minhas maçãs — teu rostinho envergonhado é um bagulho foda.


Meninas a maratona começou e pra fluir só depende de vocês. Cinco estrelinhas e já posto o próximo capítulo.

Querem foto do Victor e da Bárbara ?

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora