Capítulo 50

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Viturino😈

Sinto meu sangue bombear mais rápido a cada minuto que passa, meu corpo todo tenso em não ter uma única notícia dela, sem saber o que ele pode já ter feito ou até mesmo o que pretende fazer.

Ela foi ingênua de pensar que ir até lá sozinha seria uma boa ideia, depois do GS me explicar tudo sobre a situação foi que eu fiquei mais puto ainda. Ela descobriu a uns dois dias que aquele cara era o Marques e mesmo assim não me procurou, não confiou em me contar.

Marcela liga de cinco em cinco minutos perguntando se já temos alguma notícia sobre a filha e isso me deixa mais aflito porque desde que soubemos que ele está com ela já se passaram um dia e cinco horas e nada de informações.

— consegui alguma coisa — vejo o menor que trabalha com essas paradas de computador entrando na minha sala — essa é uma câmera da casa dele, são filmagens de um dia atrás e aqui aparece a placa do carro, ela aparece no vídeo — vejo ele engolir em seco como se temesse alguma reação minha, todo arisco.

Ele vira no notebook na minha direção, firmo meus olhos pra filmagem que passa na tela do objeto de tamanho médio na cor cinza. As filmagens não são tão nítidas, mas eu reconheceria o corpo dela até do avesso. A silhueta do corpo em uma calça jeans com uma blusa na cor bege que mostrava um pouco da pele da sua cintura.

Ele, uns quinze centímetros maior que ela, aparece na filmagem arrastando ela até o carro, com certeza apertando o couro cabeludo. Sua mão na parte da nuca, puxando com força fazendo a cabeça dela ir pra trás, a imagem faz a veia do meu pescoço saltar, e a raiva se expandir pelo meu corpo.

Fecho os olhos e respiro fundo, viro meu rosto pro lado do menor e apenas balanço a cabeça, ele pega o notebook e continua explicando até onde conseguiu ir com isso.

— bom, pela placa eu puxei radares e tudo o que desse um indício do caminho que eles seguiram — ele mexe em mais algumas coisas no eletrônico e vira novamente — tá aqui, esse foi o caminho que eles seguiram até não ter mais pistas.

Foco meus olhos na tela e vejo o caminho nem tão desconhecido assim, um lugar utilizado por eles pra tortura, acerto de contas e tudo aquilo que se faz longe das autoridades de maior patente.

— é isso, a gente sabe o caminho, agora tem que bolar uma estratégia pra chegar lá, sem levantar alarde — GS fala ao meu lado e eu concordo, peço pro PL chamar os outros que estão lá fora, somente os que vão comigo nessa.

Mavi❤️‍🔥

Sinto meu corpo fraquejar e já perdi as contas de quantas vezes ele imergiu minha cabeça no tanque com água gelada. Meu corpo está fraco, pedindo por socorro, um banho quente e uma cama quente.

Acredito que quando se está numa situação como essa nós perdemos a noção do tempo, talvez tenha no máximo dois dias que estou aqui, mas sinto que uma semana se passou.

Minhas roupas estão molhadas e eu já consigo sentir meu corpo febril, uma febre interna que me faz sentir todo o frio que nunca senti na minha vida.

Desde que chegamos aqui eu não vi a Lúcia, ela estava no carro junto comigo quando ele nos arrastou, ele e um outro homem que julgo ser seu comparsa. Eu esperava que coisas piores acontecessem a julgar pelo fato dele agredir a mãe do próprio filho, mas agradeço por até agora ter sido apenas isso.

Confesso que todas vez que a porta desse casebre se abre eu sinto um medo horrível percorrer meu corpo, como se minhas esperanças se fossem pouco a pouco.

— não deveria ser assim, princesinha — seu tom de deboche me enoja e eu sinto o amargo do vômito querendo sair da minha garganta — eu me comuniquei, mas acho que eles não dão tanta importância assim pra tu — ele solta minha nuca e eu me encosto no encosto da cadeira tentando puxar o ar que consigo, mas meu pulmões já falham.

— azar o seu, queria os dois coelhos como disse, mas não conseguiu nenhum — uso toda minha força pra expressar minha indiferença pela situação e irritá-lo enquanto consigo.

— uma vadiazinha arrogante — ele quase encosta seu rosto no meu quando se aproxima — achei que era mais flexível como a Marcela, mas vejo que não puxou o pavor da sua mamãezinha — meu corpo estremece quando o nome da minha mãe sai da sua boca com uma conotação de covardia, meu rosto enruga com uma dúvida por querer saber quando ou o que aconteceu.

— você quem devia estar apavorado — fito seus olhos, olhos no olho, posso até morrer mas não vai ser com a cabeça baixa — posso sair morta daqui, mas seremos nós dois, ou acha que eles vão poupar sua vida ? — ele intercala o olhar entre meus olhos e sorri levemente sem mostrar os dentes.

— ainda nutri esperanças ?

— é questão de tempo, eu sei com quem tu tá lidando, conheço eles, posso morrer como eu disse, mas tu vai ser mais caçado do que uma presa por um animal faminto, dois morros contra um tenente de merda, Marques, porque é isso que tu é — sinto meu rosto virar com o tapa ardido que ele desfere em meu rosto, mas mesmo assim retorno minha cabeça de volta e deixou um sorriso esboçado por conseguir tirar ele do sério.

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora