Capítulo 43

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Mavi❤️‍🔥

— posso ajudar em algo mais ? — ouvi a voz do senhor que estava sentado.

Não é possível, esse casal pode ser os pais do Luiz, seria muita coincidência a nome ser tão parecido...talvez por isso meu pai não ache nada a respeito.

— o senhor sabe o nome deles ?

— sei, esse da foto é o Tenente Marques, ele é bem conhecido por aqui...já a mulher não sai muito.

— se eu souber o paradeiro do menino, como faço pra entrar em contato ? — eu não entregaria o Luiz, mas sem dúvidas quero conversar com essa mulher, tem algo errado.

— não tenho nenhum dos panfletos, mas ele aparece com frequência aqui, quer deixar seu número ? — nego de imediato, seria uma porta para achar os dois, mas é perigoso...ele é um Tenente e por mais que eu não conheça eu sei que meu pai odiaria essa ideia.

......

Cheguei em casa depois de me despedir do senhor e agradecer pelas informações. Adentrei pela cozinha onde minha mãe estava sentada com o Luiz, explicando algo sobre a escola...seria difícil colocá-lo em uma escola particular sem os documentos, mas em uma escola do morro meu pai conseguiria tudo.

Nesse meio tempo ele tem se desenvolvido bem, mostrou que seu forte são as exatas e na maioria das vezes quebra a cabeça com o português, mas tem ido bem em quase tudo.

Eu precisaria conversar com a minha mãe primeiro, mas quero saber dele se isso tudo pode ser verdade.

— oi, filha — passo pelo portal da cozinha observando minha mãe, os cabelos em um coque pelo calor, um shorts jeans soltinho e um body na cor branca acompanhando sua havaianas — tô fazendo o almoço, já já seu pai chega.

Ela se levanta indo até as panelas e Luiz me olha com um sorriso de ponta a ponta parecendo feliz. É aqui que meu coração se quebra, não quero que ele vá porque nos apegamos a ele.

Caminho até a mesa e sento na cadeira que antes era ocupada por minha mãe, olho para o seu caderno onde ele copiava as questões da apostila. A letra um pouco ilegível mas ainda sim ele se esforçava pra fazer o seu melhor.

— tá gostando da escola ? — ele assente e não me olha depois de desviar o rosto para o caderno.

— só não tenho muitos amigos — sua voz sai como um sussurro enquanto ele escreve.

— faz pouco tempo que chegou, logo você faz muitos amigos — minha mãe diz virando-se pra nós com o pano de prato na mão.

Ouço a porta abrir e logo ser fechada, mas não preciso me esticar pra saber que é meu pai porque seu cheiro chega antes dele.

— fala tu — olhou pra mim e logo desviou dando um selinho na minha mãe.

— pai, preciso conversar com o senhor.

— fala aí.

— a sós, pai — ele assentiu e fomos até o escritório sob o olhar da minha mãe.

Passamos pelo corredor e ele logo abriu a porta de madeira revelando a mesa dele, sua poltrona e alguns uísques na prateleira.

— fala aí, o cara lá fez algum bagulho — "o cara lá", por mais que ele tentasse ainda não aceita o Vicenzo de jeito nenhum.

— não, na verdade é sobre o Luiz, eu acho — ele franziu as sobrancelhas e cruzou os braços esperando que eu continuasse.

— o senhor conhece algum Tenente Marques ? — nessa hora o semblante do meu pai era outro, como se me questionasse em silêncio o por quê eu sabia o nome desse homem.

— qual foi, solta a fita toda...tá se envolvendo em bagulho que não é teu e eu não quero isso.

— acho que ele é pai do Luiz...eu sei que isso é muito louco, pai, mas procura por Álvaro Luiz Marques ou um nome semelhante a isso na vida desse Tenente. Alguma coisa me diz que o Luiz é filho dele.

Como faltou só um votinho eu vou ter misericórdia e continuar postando, mas a meta é a mesma em 10 votos 🥰

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora