Capítulo 11

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Mavi❤️‍🔥

Fodida

Era assim que eu estava e nem era do jeito que eu queria. Meu desespero começou a aumentar quando o telefone tocou pela décima sexta vez, porque na barra de notificações havia quinze chamadas não atendidas.

— não vai atender ? — Viturino perguntou concentrado no caminho de volta pro baile.

— melhor não, não vou saber como mentir agora. Preciso pensar — ele desviou o olhar do caminho por dois segundos e voltou.

— mentir pra quem e por quê ? — seu maxilar travado, uma mão firme no volante enquanto a outra estava na minha perna.

— meu pai — falei baixinho.

— fala pra fora, pô — ele estacionou em uma rua próxima do baile — tá com medo do teu coroa descobrir que saiu ? — ué, como ele sabe ?

— como tu...

— como eu sei ? Maria Vitória Souza de Sá, filha de Marcela Silva Souza e Augusto de Sá. Mora no Vidigal, estuda no colégio famosinho da pista, melhor amiga da Bárbara, criada com o Victor e por aí vai — encarei ele incrédula.

— tu me investigou ? — cruzei os braços olhando dentro dos seus olhos — no hospital, tu já sabia que meu nome era esse, já sabia quem eu era ? Tu me atropelou de propósito ?

Não é possível, seria muita loucura eu sonhar com um cara desse eroticamente, ele me atropelar e ainda ser de propósito.

Será que ele já sonhou comigo também ?

Eu deveria perguntar.

Calma, não deveria não.

Sentia como se na minha cabeça tivessem umas três vozes tentando me ajudar enquanto olhava pra ele sem ouvir uma palavra da sua justificativa.

Desci do carro sem dar atenção a mais nada e mandei uma mensagem pra Bárbara avisando que estava perto da saída. Senti ele segurar meu braço enquanto descia até onde ia me encontrar com ela.

— me ouve, eu não sabia quem tu era até agora pouco.

— e porque puxar minha ficha assim, meu pai diz que só fazem isso com suspeitos — ele abriu um sorriso cretino nos lábios e eu bufei me soltando.

— tu é suspeita mesmo.

— não tô ouvindo isso — passei a mão pelas têmporas tentando aliviar a dor que queria se formar — suspeita de quê ? — falei um pouco mais alto.

— de roubar a porra da minha paz, Maria — ele disse sério enquanto olhava no fundo dos meus olhos — desde o dia que tu se jogou na frente do carro tudo que eu vejo é teu rosto, sinto teu cheiro e até ouço a porra da tua voz.

— eu não me joguei.

— tu atravessou na porra de um farol vermelho, tava pedindo pra ser atropelada.

— você devia ter me visto, pedestre é prioridade.

— a discussão tá bonita, mas teu pai vai arrasar contigo — ouvi a voz do Victor atrás de mim e Bárbara estava ao seu lado com o telefone no ouvido.

— eu sei tia, estamos indo...tenta acalmar ele que já já chegamos, vamos dar um jeito — ela falava me olhando e encerrou a chamada bufando.

— a pressão dele subiu — alternei meu olhar entre os dois.

— ele tá bem ? — o desespero na minha voz era perceptível.

— ele tá velho, isso sim.

— Victor, se não vai ajudar não bota pilha errada — Bárbara olhou brava pra ele que se calou.

— vamo logo, se ele não te ver em vinte minutos em casa tu vai ver ele só no postinho — olhei pro Viturino e segurei seu rosto puxando pra mim enquanto eles iam até o carro.

Ele segurou minha cintura e eu colei nossos lábios pedindo passagem e logo ele deu, a sincronia do nosso beijo era perfeita e encaixava como nenhum outro beijo encaixou antes.

O calor que eu senti antes já queria se instalar no meu corpo e se dependesse de mim eu ficaria aqui sentindo a mão grande dele me apertando forte como está fazendo agora, enquanto a outra estava no meu rosto fazendo carinho.

— papo reto, tô amarradão no teu beijo — disse aproximando nossas testas enquanto olhávamos nos olhos um do outro e eu gostava isso.

Os olhos dele faziam eu me perder facilmente, era um mundo único que me levava pra longe e apesar de dizer que não confiava nele, eu confiava e muito. Era estranho mas eu sentia que podia confiar, sentia que era ele quem eu queria pra mim.

— tu é a dona do beijo mais gostoso, na moral — dito isso ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça e eu sorri com a cabeça encostada em seu peito — vai lá, teimosia — selou nossos lábios num selinho demorado e me soltou.

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora