Capítulo 2

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Mavi❤️‍🔥

Suas mãos passeavam meu corpo, minha pele se arrepiava com seu toque familiar e minha intimidade ficava cada vez mais sensível ansiando sentir ele dentro de mim.

Sentia aquele fogo no meu ventre, o desejo que queimava, a vontade que eu tinha junto com a pressa de ter seu comprimento em mim, estacando firme e forte.

Alguns gemidos escapavam dos nossos lábios, dos seus saiam ainda mais palavras sujas, xingamentos que em outro momento me deixariam com raiva, mas saindo da sua boca eram música pra mim.

Olhei em seus olhos castanhos suplicando por mais, até então seus dedos faziam um trabalho maravilhoso, mas eu queria mais. Fechei meus olhos quando ele introduziu mais um dedo.

— Maria Vitória, olha pra mim — abri meus olhos fitando sua imagem.

Ouvi outra voz que não era a dele e fechei os olhos novamente.

acorda, Mavi, tá toda suada — abri os olhos rapidamente tendo a visão da minha mãe próxima da cama

Puta que pariu. Aconteceu de novo.

calor, mãe — me apoiei nos meus braços tentando sentar na cama — Rio de Janeiro tá pegando fogo e são — firmei meus olhos pro relógio — quase sete — olhei pra ela e quando me dei conta pulei da cama — QUASE SETE, porque não ouvi o despertador ? — perguntei pra mim mesma.

— não sei, mas quando entrei tu parecia que tava falando sozinha, toda suada — se sentou na beirada da cama.

— tudo bem, vou tomar um banho rápido e vou pro colégio voando.

— eu vou descendo então, vou pra loja hoje — se levantou indo até a porta e saiu.

Abri a cômoda ao lado da cama pegando a caixinha que tinha um cadeado e peguei a chavinha embaixo do despertador.

Destranquei o cadeado e peguei o desenho dobrado de dentro da caixa. Eram os mesmos olhos e sempre o mesmo sorriso que me parecia tão familiar, mas como se eu nunca nem saio do morro direito ?

O sonho é tão real

As mãos firmes, os arrepios, a vontade que eu tenho em um sonho e que nunca tive com ninguém pessoalmente.

Guardei tudo como estava em seu devido lugar e fui correndo tomar um banho pra ir pro colégio.

......

Mais um dia cansativo e cheio, fui direto pro morro como todos os dias a mesma rotina. Apertei o maldito botão que acredito não ajudar em nada com relação ao semáforo e mesmo com ele vibrando na cor vermelha tentei atravessar porque não tinham carros próximos, mas me enganei.

— puta que pariu — soltei como um gemido assim que senti o impacto do carro no meu corpo.

— caralho...qual foi, pô, tá andando de olho fechado ? — ouvi sua voz um pouco longe e fui tomando os sentidos.

Não conseguia abrir os olhos direito pela dor que sentia no corpo, parecia não ter quebrado nada porque não era uma dor extrema mas ainda sentia alguns incômodos.

Quando consegui abrir os olhos e fitei sua imagem preferia ter desmaiado de vez.

Era ele. Era o cara do sonho.

Que porra é essa ? Só pode ser um sonho diferente dos outros, impossível ele estar aqui de frente pra mim.

— tá sentindo alguma coisa ? — perguntou parecendo preocupado.

— a minha cabeça tá doendo pra caralho — levei minha mão até próximo da minha nuca sentindo o inchaço.

— vou te levar num hospital, boquinha suja — seus braços se posicionaram e com o impulso me levantou indo até o carro e me colocando no banco de trás com dificuldade.

Eu não conseguia pensar ou dizer uma palavra, só pensava em como isso era possível e qual a chance de ser ele mesmo, isso era loucura.

— tô falando contigo — percebi que me olhava pelo retrovisor esperando uma resposta.

— eu não ouvi, desculpa — pressionei minhas pálpebras pela dor que ainda estava ali na minha nuca.

— teu nome, pô — disse simples enquanto ligava o carro dispersando o trânsito que se formou.

Se tinham pessoas ao redor eu não prestei atenção e só sei que se formou um trânsito pelas buzinas nervosas próximas de nós.

Bárbara — que porra eu tô fazendo e por que dei o nome da Morena ?

— tem documentos aí ? — neguei — tranquilo vou dar um jeito, tem uma amiga pra ligar ? Ou seus pais ? De menor é embaçado — acredito que deduziu isso pelo uniforme.

— tenho uma amiga, meu pai não pode saber que isso aconteceu ou teria um infarto — solto as palavras de uma só vez e quando me dou conta desvio o olhar do retrovisor interno.

Procuro meu celular desesperada pra falar com a Bárbara, que por acaso não sou eu como ele pensa, minha cabeça lateja forte e eu tento me concentrar em buscar o aparelho mas não consigo levantar a nuca.

— fica na moral aí — sentia seu perfume gostoso com toque amadeirado no ar — quando tu tiver legal já no hospital a gente da um jeito, não faz força — foquei somente em ficar acordada mas ficou cada vez mais difícil e minhas vistas escureceram.

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora