Capítulo 49

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Mavi❤️‍🔥

Horas antes...

Depois de muito trabalho eu finalmente consegui passar pela barreira, foi um sacrifício passar sem ninguém me interrogando, querendo saber onde estava indo, se meu pai sabia e todo aquele questionário básico antes de eu sair pra algum lugar fora do morro, isso com excessão da escola, já que eu ia sozinha.

Voltei ao ponto onde toda minha suspeita começou, novamente eu estava de frente pro senhor que me ajudou naquele dia.

— o senhor sabe onde eles moram ? — ele estreita os olhos na minha direção e assim eu tento me explicar — queria ajudar melhor, conversar com a mãe do garoto.

— eu não sei se posso te ajudar com isso, seria invasivo da minha parte — faço minha melhor cara de pena juntando as mãos em um amém pra tentar comovê-lo.

— pelo garotinho desaparecido, por favor — suplico mais uma vez e ele se dá por vencido e me entrega o endereço — muito, muito obrigada.

Ele apenas acena com a cabeça e confesso que ele parecia querer me expulsar da sua banca, antes que isso acontecesse eu peguei meu rumo pra casa deles.

Uma casa muito bonita por fora, um muro alto pintado na cor areia e um portão todo fechado na cor marrom. O bairro era bem tranquilo, quase sem movimento.

Me aproximei do muro e encontrei a campainha eletrônica, eu não sabia se encontraria ela sozinha ou com o agressor do Marques, mas mesmo assim eu tentei.

— bom dia ! — ouço uma voz suave através do interfone e respiro aliviada por não ser ele a me atender.

— bom dia — sinto minha saliva descer com dificuldade por não saber o que dizer — eu queria falar sobre o garotinho desaparecido — após a minha fala apenas o silêncio é audível.

Cinco minutos foi o tempo que esperei até o portão menor ser aberto por ela. Uma mulher com roupas simples, uma cara cansada de quem não dorme a dias e aparência de quem estava pertinho de enlouquecer.

Ajeito meu cabelo um pouco envergonhada e passo a língua pelos lábios secos sentindo meu piercing no canto da boca. Ajeito minha roupa e ela me dá espaço para passar pelo portão.

— eu estou sozinha por enquanto, você precisa ser rápida — ela me alerta assim que fecha o portão.

— claro — ela vai na minha frente e me dá passagem no batente da porta.

A parte de dentro é tão bonita quanto a de fora, a casa é realmente no padrão de alguém com o cargo dele, mas ela não porta a imagem de uma mulher com as condições que tem.

— eu acabei não me apresentando, sou a Vitória — estendo minha mão em um gesto educado para cumprimentá-la e ela aperta com a mão áspera.

— sou a Lúcia — ela afrouxa o aperto e estica a mão até o sofá, me chamando para sentar — aceita uma água, um suco ? — um sorriso gentil nos seus lábios, pela primeira vez.

— não obrigada, acho melhor sermos rápidas — ela assente e se senta no sofá a minha frente.

— tem alguma notícia do meu menino ? — eu vejo, qualquer um veria a aflição no seu rosto ou até mesmo em sua voz.

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora