Mavi❤️🔥
Ele tira minhas mãos do seu rosto com certa delicadeza e seu semblante sério está presente como todas as vezes em que nos encontramos.
— manda teu papo — é, ele estava sério dessa vez e diferente das outras vezes parecia irredutível a qualquer palavra minha.
— eu...— desvio meu olhar para qualquer outro lugar que não sejam seus olhos — eu...não sei como dizer isso — passo a mão pelo cabelo, colocando atrás da orelha.
Meu nervosismo era aparente, todas as vezes é. Estar perto do Viturino me causava essa sensação de que eu sempre seria uma pequena fragilidade em suas mãos.
Eu não sabia por onde começar, vim decidida a dizer pra ele que não teríamos como seguir apesar de eu querer, apesar do meu sentimento ser correspondente ao dele.
— eu tô ligado, teu corpo expressa tu em tudo, pô — olhei pra ele um pouco surpresa — não quer decepcionar teu pai e eu entendo, tá certa e eu não vou insistir no bagulho, não vou te obrigar ou te forçar.
— você não tá entendo, Viturino, eu...
— Vicenzo, Maria. Meu nome é Vicenzo.
Aquele que sempre VENCE.
Foi como se essa voz estralasse em minha mente me dizendo o significado do seu nome.
Eu não perturbaria a paz dele gerando um conflito entre dois morros e dentro de uma facção que talvez tivesse que escolher um lado, e sabendo da situação aposto alto que o dele não seria o favorecido.
— eu só quero que saiba que eu gosto muito de você — toquei sua mão quente fazendo um carinho com meu dedão — eu estaria disposta a isso, mas sei dos riscos que corremos, Vicenzo. Não é justo com nós dois.
Sua respiração pesada foi de encontro ao meu rosto e dos seus lábios saiu apenas um som de incredulidade "tsc".
Ele se afastou e virou de costas levando a mão até o rosto, suponho eu que massageando as têmporas, o que é um costume dele que reparei.
— tu sabe o que não é justo ? — disse ainda de costas mas logo se virou — não é justo tu ficar na minha mente vinte quatro por quarenta e oito, bagunçando minha cabeça, porra.
— tu chegou aqui do nada, fez a maior zona na minha vida em apenas um dia e tu acha o que ? Que eu tô contente ? Que tô tranquilo de querer te tocar e não conseguir ? Caralho, Maria, eu só queria te ter por perto, não tô falando só de sexo, tô falando de ter a tua pessoa comigo, de dar uma volta e viver um bagulho tranquilo.
— mas eu não posso te oferecer isso, Vicenzo. Sou a porra de uma adolescente que tá virando adulta ainda, não mando no meu nariz e não faço minhas escolhas. Acha que é fácil ser filha do meu pai ? — de imediato sinto minha garganta se fechar.
Eu estava feliz por saber dos seus sentimentos por mim, mas isso também me deixou triste, queria viver o mesmo com ele, mas não posso e levando em conta que ele tem uma diferença acentuada em relação a minha idade é pior ainda.
Meu coração palpita tão rápido que sinto como se estivesse infartando, o peito chegava a doer. Parecia que todo meu sangue era bombeado na maior frequência possível e que explodiria como uma bomba a qualquer momento.
Me aproximo dele com cuidado e quando nossos corpos já estão quase colados solto como um sussurro.
— se essa noite fosse sua última oportunidade de me ter nas mãos, o que faria ? — seu cheiro exalava no quarto, me envolvendo como sempre e me deixando nervosa pela aproximação.
— não posso...tu sabe disso.
— porra, eu tô pedindo por isso, Vicenzo. Implorando pra ser fodida por você, pelo seu toque — sinto sua mão fecha em minha bochecha fazendo um carinho suave e ele cola nossas testas.
— eu não posso — confirmo em silêncio e rapidamente selo nossos lábios.
Sinto algumas lágrimas de formando enquanto nossas bocas ainda estão conectadas. Meu interior estremece com o calor que cresce em mim. Nossos lábios grudados e nossas línguas numa dança suave, carinho e desejo no mesmo toque.
Só ele me causava isso, só ele despertava essas sensações em mim. Eu queria tanto, tanto que fosse ele, que ele estivesse dentro de mim agora.
Nosso beijo se intensifica e sinto um incômodo no meio das minhas pernas, suas mãos passeando pelas minhas costas e apertando minha bunda.
Me afasto subitamente, olho dentro dos seus olhos uma última vez. Quero me lembrar desses olhos que parecem jabuticabas negras reluzentes, da sua barba tocando no meu rosto e de suas mãos firmes segurando meu cabelo.
Tomei minha decisão assim que sai de casa, malas prontas, passagem comprada e um coração apertado.
Ele permaneceu de costas esperando que eu saísse, não queria olhar e eu sei que se fizesse não me deixaria ir.
Desci as escadas e fui até o carro do AK que estava na rua de trás da sua casa.
— como foi ? — Morena me pergunta assim que entro no carro, suponho que não viu minha lágrimas, muito menos meu rosto.
— não foi — dei de ombros.
O silêncio se instalou, AK ligou o carro e partiu para o aeroporto.
— tem certeza disso ? — ele me olha pelo retrovisor e eu apenas confirmo sem dizer uma palavra.
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Entre A Paz E O Perigo [M]
RomanceO que que aconteceu? Tudo mudou quando ela apareceu Tentei escapar, mas a paixão pegou Nossa vibe, nosso beijo combinou, amor Mavi e Viturino