Capítulo 30

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Viturino😈

Depois de semanas eu tenho a visão dela passando pela porta da sala da minha casa, o último lugar onde nos vimos, onde nos falamos pessoalmente.

Admirei seu corpo dentro do vestido preto que marcava suas curvas e acentuava as coxas grossas e apesar de amar o contraste da sua pele na cor laranja, tenho que admitir que qualquer cor nela fica ótima.

— pronto, estou aqui — disse assim que fechou a porta, ajeitando o vestido.

Seus olhos investigavam meu rosto, observavam minhas expressões. Me levantei do sofá deixando o copo com uísque na mesa de centro, maneei o pulso ajeitando o relógio focando meus olhos nele e logo depois nela novamente.

Há poucos minutos dei um gole na minha bebida, mas assim que vi seu rosto minha boca secou de novo, passei a ponta da língua pelos lábios umedecendo.

— tu foi embora depois daquela noite, aquilo foi uma despedida — meu tom de voz sério e meu olhar frio expressavam algo pra ela.

— você sentiu que era, tá me falando isso agora por quê ? — seu braço ao lado do corpo indo em direção ao cabelo, colocando um mecha atrás da orelha.

— tu foi tão filha da puta que nem disse que tava indo embora — murmurei com a voz rouca.

— fez diferença ? — ela ergueu as sobrancelhas cruzando os braços — porque se fez, não pareceu. Eu não recebi uma ligação ou uma mensagem que fosse tua.

— Maria...

— não, não adianta se justificar ou tentar dizer que me deu o espaço que eu queria porque...

— não me interrompe, porra — minha voz saiu firme e grave do fundo da garganta.

— interrompo sim — se aproximou tentando me afrontar.

Filha da puta

eu agi esperando que se distanciasse de mim, mas não vou mentir...eu queria que tu tivesse ligado, que tivesse me dito pra voltar, porque eu passei UM MÊS tentando te esquecer mas a porra da minha mente não te esqueceu.

— então por que tu não voltou ? — aumentei o tom de voz pra rebater a afronta que ela tava tentando fazer, porque eu chamais encostaria nela.

— fala baixo comigo, me chamou pra conversar então vai ouvir também.

— voltou pra ficar ? — ignorei sua fala querendo chegar no ponto que me interessava.

— voltei porque pensei que você tava morto, porque tava preocupada. Eu fui mas meu coração ficou aqui, com a minha família, meus amigos e com você — seu tom de voz diminuiu gradativamente até o final da frase e sua postura se desfez quando me aproximei mais dela.

— mas eu não tô, e agora ?

— isso é ótimo.

— quero saber como fica nós dois, porra — o sangue circulava mais rápido por meu corpo, eu estava nervoso e com raiva cada vez mais — quando foi embora tu disse que queria evitar uma guerra com seu pai, e agora ?

— agora meu pai já sabe, sabe exatamente tudo...que menti pra te encontrar, que fui embora pra me dispersar da situação e nesse momento ele não quer um diálogo comigo nem que eu implore, muito menos com o Victor.

nós dois ?

— não existe nós dois, Vicenzo — percebi quando sua voz vacilou, seus olhos desviaram dos meus e como sempre quando mente ela entrelaçava os dedos.

— é isso, firmeza então — peguei meu copo de uísque onde deixei e tomei um gole sentindo o líquido descer pela minha garganta.

— posso ir ? — encarei seus olhos quando com a mão direita movi seu maxilar na direção do meu rosto.

— tu quer ir ?

Por segundos ela encarou meus olhos, sua respiração desregulando e seu corpo arrepiando conforme nossas respirações entravam em sincronia.

Ela passou um braço pela minha nuca e aproximou nossas bocas. Seus lábios tinham gosto de bala daquelas bem doces, sua língua brincava com a minha, era uma guerra, uma disputa sem tamanho por espaço.

Deixei o copo em qualquer canto e impulsionei o seu corpo pra cima, suas pernas envolveram minha cintura e seu vestido subiu ligeiramente me dando espaço pra palmear a pele macia.

Por breves segundos nos separarmos e encaramos um ao outro, conversamos pelo olhar e ela disse tudo o que queria apenas com esse gesto.

— tem certeza ? — perguntei esperando a respostas sair dos seus lábios, mas ela apenas concordou — quero que me diga, diz pra mim o que tu quer.

— quero que me foda, em todos as posições sem me deixar esquecer que esteve dentro de mim — seu rostinho antes inocente tomou uma forma safada com um sorriso malicioso.

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora