Capítulo 42

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Viturino😈

Ainda sem abrir os olhos inalo o cheiro que vem dela, meu braço segurando firme sua cintura, sentindo sua bunda bem pressionada contra mim.Vou despertando numa preguiça do caralho.

Tô muito mal acostumado, meu sono antes parecia não durar, mas depois que ela começou a dormir aqui em casa é como se oito horas de sono ainda fosse pouco.

Tô bolado por ter visto aquela foto no celular dela, o cara não tava fardado mas era ele, a porra do Marques esbravejando com uma mulher que eu nunca tinha visto.

E eu sei que a Maria tava mentindo porque ela não sabe mentir pra mim, ela fica nervosa e entrelaça os dedos, já peguei as manias dela. E tô mais puto ainda por isso, por saber que tá mentindo pra mim.

Tento me soltar da sua cintura, preciso levantar. Estreito meus olhos pro relógio que tem ao seu lado, na cômoda pequena da cama e ele marca nove e vinte...porra, que bandido preguiço eu me tornei perto dela.

Seus braços prendem o meu assim que sente meu aperto afrouxando e ela resmunga.

— bom dia — ouço sua voz rouquinha e baixa.

— bom dia, pô — respondo assim mesmo, tô bolado e não vou esconder.

— vai me tratar assim, mesmo sem motivo ? — ela pergunta e agora solta meus braços se sentando cama com as costas apoiadas na cabeceira de couro preto.

— quero saber o que a foto do cara tá fazendo no teu celular, pô.

— mas eu já disse que não conheço ele, foi por acaso...a gente tava no farol e ele tava agredindo a mulher.

— e aí tu achou que seria bom registrar o momento ? — ela me olhou estranho e decidiu levantar da cama.

Se despiu na minha frente, tirou o baby-doll na cor azul bebê e passou pra dentro do banheiro. Mané...que porra tá acontecendo, não é ciúme, mas por que a porra da foto tá no celular dela ?

Ela saiu do banheiro minutos depois enrolada numa toalha e novamente se trocou na minha frente sem se importar com nada, ajeitou o vestido preto e justo tomara que caia em seu corpo. A essa altura eu tava duro pra caralho.

Ela colocou a mala nas costas, tudo isso sob meu olhar e se virou pra mim antes de sair.

— quando essa tua crise passar tu me manda mensagem, mas enquanto isso não quero nem ouvir teu nome — saiu do quarto batendo a porta e eu fui atrás né, só falto latir.

— qual foi, pô — corri alcançando seu braço na ponta da escada.

— qual foi o que ? Presta atenção nas suas atitudes, Viturino, fala direito comigo. Me tratando igual um nada por causa de uma foto, se tu conhece o cara senta e conversa comigo, mas não me trata assim não — ela puxou o braço do meu aperto leve e saiu pela porta da sala me deixando puto.

......

— caralho, que fumaça da porra — ouço a voz do Pablo e logo vejo ele e o Jorginho passando pela porta — proerd pra tu, irmão.

Não solto um balão desde que ela foi pra minha casa, ela não aguenta nem o cheiro, quem dirá a fumaça dessa porra.

— fala logo o que tu tem pra falar e vaza — sou breve com as palavras, sem rodeios ou enrolação.

— Marques tava ameaçando invadir o morro, o corrupto veio aí e trouxe a informação — PL senta em uma das cadeiras e confirma assim que Jorginho termina de falar.

— bagulho tá estreitando e o cara não tá pra brincadeira, ameaçando subir com a BOPE.

Caralho, que filho da puta.

Mavi❤️‍🔥

Tem alguma coisa errada, eu sei que tem. Por que ele ficaria tão nervoso com uma foto insignificante como aquela ?

Eu tiraria isso a limpo, muito estranho a reação dele por nada. E ainda tinha o Luiz no meio disso, algo naquele casal provocou aquela reação nele...talvez um trauma, não sei.

Assim que sai pela barreira chamei um Uber e fui até o local da foto, aquele farol. Próximo de vários comércios, foi só jogar o nome de um deles e logo cheguei no lugar.

Como eu acharia eles ? Não faço ideia ! Observei a foto deles novamente, no fundo tinha uma banca de jornal e um senhor que olhava para a briga dos dois. Olhei pro outro lado da rua, vendo o senhor sentado e conversando com uma mulher enquanto mostrava as revistas.

Me aproximei com cautela depois de atravessar, esperei que terminassem a compra e olhei pra ele.

— como posso te ajudar, senhorita ? — perguntou simpático e se levantou.

— oi, tudo bem ? — sorri — alguns dias atrás, um casal tava discutindo aqui na frente — me aproximei mostrando a foto e ele estreitou os olhos, provavelmente míope — será que conhece algum deles ?

Ele olhou bem pra foto e depois encarou meus olhos, assentiu levemente.

— eles perderam um filho recentemente.

— ela estava grávida ? — ele negou e suspirou se sentando no banquinho de madeira.

— ele se perdeu no meio da avenida, ainda estão na busca, mas já faz uns meses.

— o senhor sabe o nome dele ?

— tinham alguns cartazes aqui, eu entregava pros clientes pra ajudar eles, mas não tenho nenhum — ele pensou bem e desviou o olhar, parecia forçar a mente — não lembro ao certo, mas acho que era Álvaro Luiz...

Maratona começando princesas...espero que gostem e não esqueçam de interagir.
Pro próximo capítulo são só dez votos ❤️‍🔥

Entre A Paz E O Perigo [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora