Capítulo 106

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Joshua

Gracie saiu.

Literalmente saiu de casa.

Muito provavelmente para ir ao salão se arrumar para a festa que teríamos na mansão mais tarde.

Tia Vic havia gostado bastante da ideia do leilão no ano passado. O montante arrecadado, distribuído para diversas instituições de caridade, ajudou muitos necessitados. Então ela resolveu fazer disso algo anual.

Uma agitação sem igual tomou conta de mim ao ver Gracie pronta para a festa. Meus olhos absorveram cada detalhe do corpo curvilíneo que em tantas vezes já me perdi. Que tantas vezes já beijei centímetro por centímetro. Que já idolatrei de todas as formas que me foram permitidas.

Perfeita.

Gracie estava irrevogavelmente perfeita no vestido azul escuro decotado, cheio de pequenos brilhos, que constratava com sua pele clara.

A pouca maquiagem em seu rosto, como sempre, apenas realçava sua beleza natural. Seus olhos, geralmente, eram a parte que Gracie mais gostava de destacar usando lápis e delineador preto.

Se não estivesse com a cabeça tão cheia, tão fodidamente perturbada, poderia ter reafirmado tudo aquilo que sempre dizia a ela. Poderia tê-la despido lentamente e amado-a sem pressa, me esquecendo da porra do leilão.

Contudo, já estávamos mais do que atrasados, por minha culpa, ao me enfurnar no escritório a ponto de só sair para tomar meu banho e me arrumar em cima da hora.

Assim como no ano passado, a mansão recebia diversos empresários de todas as áreas. Os homens mais poderosos da cidade se faziam presentes para algo que ia além de doar uma mísera parte, do que provavelmente se trata apenas dos juros acumulados, do seu dinheiro.

Ceo's não gostavam de perder tempo, mas gostavam de usar dessas festas para se autopromover. Era exatamente nessas horas que tinham tempo suficiente para fazer novos negócios enquanto bebiam e se divertiam.

Não estava preparado para passar pela mesma situação que Christopher, vendo Gracie ser convidada para ajudar tia Vic, tendo sua companhia leiloada.

Pela primeira vez, desde que Gracie e eu começamos a namorar, soube me manter quieto e engolir a vontade de voar no pescoço de qualquer um que olhasse mais do que dez segundos em sua direção.

Fui obrigado a me segurar duas vezes mais quando o leilão começou, quando lances seriam dados por qualquer um que pagasse uma boa quantia para passar algumas horas com minha mulher.

Gracie foi apresentada como estudante de direito, minha secretária e braço direito na sede das empresas Hale. Foi elogiada por adjetivos que não chegavam nem perto de descrever a mulher excepcional que era.

Porém, o título de namorada, esposa ou futura esposa, foi deixada totalmente de lado. Supus que essa foi a forma que encontraram de que meu nome não afugentasse quem quer que tivesse interesse em dar alguma oferta.

Levantei a mão no primeiro lance, logo que o valor inicial foi dado, mudando de cinquenta para cem mil. Consequentemente arrancando um sorriso bonito no rosto de Gracie. Sorriso que aquecia um lugar bem no fundo do meu peito.

Para me provocar, como eu havia feito com meu melhor amigo um ano antes, Chris, levantou a mão dele oferecendo mais. E se não soubesse que era muito bem casado e o quanto amava completamente a esposa, teria rosnado para ele ao meu lado.

O filho da puta viu isso. O ciúmes que nunca consegui esconder desde muito antes. Antes mesmo de Gracie e eu sequer termos alguma coisa um com o outro.

Minha RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora