Capítulo Extra

3.5K 224 107
                                    


Oliver Harding

1 ano e três meses atrás.

Mudanças sempre mexem com a cabeça da gente.

Faz alguns anos que venho enfrentando mudanças tanto na vida pessoal quanto profissional.

Principalmente desde o dia que fui promovido de forma muito fora do comum - para não dizer outra coisa - ao cargo de capitão da polícia aos meus vinte e poucos anos, pouco tempo depois que mudei de cidade precisando recomeçar do zero com a morte dos meus pais.

Bom, essa é uma longa história.

Apesar da ausência do meus pais, minha nova vida em Chicago trouxe pessoas que hoje me fazem sentir em casa, que me ajudam a transformar essa cidade no lar que jamais esperei encontrar.

Meus amigos, se tornaram parte da minha família. Os Hale me acolheram. Joshua e Gracie também. Entre eles, só havia uma pessoa que desejava manter à distância.

Na testa de Gianne Hale estava escrito em letras garrafais: EU SOU PROBLEMA.

Assim que a conheci, no hospital em que Linda acordou do coma depois do seu acidente, a ruiva se mostrou petulante, atrevida e cheia de si.

Mas também linda e gostosa pra caralho.

Merda!

O que estou pensando?

Ela me desorienta.

A italiana está sempre ostentando o poder que sabe que tem. Não abaixa a cabeça pra ninguém, e homem nenhum a intimida. E é exatamente por causa do seu gênio forte que batemos de frente um com o outro todas as vezes que nos encontramos.

Sentado à mesa do bar com Christopher e Joshua, não menti minutos atrás quando disse que qualquer um com olhos na cara se interessaria por Gracie. A garota é linda e extremamente agradável, inteligente e encantadora.

O total oposto de Gianne.

E é isso que me deixa irritado. Porque mesmo sabendo que ela é o oposto de tudo que sempre busquei em uma mulher, era pra ela que meus olhos se desviavam nesse exato momento na pista de dança do The Player's enquanto está agarrada ao cara loiro, o mesmo que mais cedo esteve com seus amigos na mesa dela, Linda e Gracie.

Pensei que Christopher fosse se levantar e ir até onde estavam para impor sua presença como marido, entretanto, o vi apenas respirar aliviado quando os caras saíram depois de serem dispensados.

Observei atentamente a pista de dança cheia de jovens universitários.

A mulher que conheci ruiva, desde a última viagem, ostentava cabelos castanhos médio com mechas um pouco mais claras. Os olhos azuis como os do primo, são tão lindos quanto uma pedra de topázio.

Não conseguia desviar o olhar da sua dança sensual. Acompanhei atentamente seu corpo deslizando pelo peitoral do cara que sorria de forma maliciosa, mesmo muito provavelmente sabendo quem estaria no comando de qualquer coisa que viesse acontecer entre eles ao longo da noite.

Talvez eu tivesse me surpreendido momentos depois, quando deixei a mesa para ir ao banheiro e encontrá-los no corredor que dava acesso ao local.

A luz baixa impedia de ver totalmente seus rostos, mas eu a reconheceria em qualquer lugar, ainda que não fosse por sua calça de couro preta que tinha deixado sua bunda ainda mais redonda e perfeita, e a jaqueta com pequenos detalhes prateados nas mangas.

O rapaz prensava seu corpo na parede, segurando uma de suas pernas mais elevada na sua de maneira a permitir um maior contato com seu quadril.

Fechei minhas mãos em punho vendo-o beijar o pescoço dela.

Minha RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora