Capítulo 112

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Gracie

Hormônios.

Esses malditos hormônios têm transformado meus dias num inferno.

Eu chorei essa semana assistindo Procurando Dolly.

Pelo amor de Deus!

E chorei praticamente a cada dia que passei ao lado de Linda e da Sam durante essa semana. A cada mínima interação que tive com minha afilhada.

Tudo porque via o carinho e cuidado da minha amiga com sua filha e não sabia dizer se eu seria uma mãe tão boa para meu bebê.

Parece que vivo em um estado constante de tpm.

Pelo menos foi o que Joshua disse.

Sem contar esse maldito desejo que cada dia que passa tá mais difícil de esconder. Porque cada vez que olho pro corpo sarado e me lembro que já tive tudo isso em cima de mim, embaixo de mim, atrás de mim e em todas as posições imagináveis, fico instantaneamente molhada, molhada pra caralho.

Então preciso inventar qualquer desculpa e sair de perto dele.

Apesar da noite fria, me obriguei a levantar da cama às duas da manhã e ir até a geladeira em busca de algo que aplacasse o fogo me dominando.

Era isso, ou me tocar pensando nele.
Não queria fazer isso estando a poucos metros de distância.

E se ele me ouvisse gemendo o nome dele?

Seria constrangedor pra caralho.

- Não deveria estar comendo tanto açúcar. - Coloquei a mão no peito sentindo meu coração quase sair pela boca.

- Por que no inferno você sempre faz isso? - Perguntei devagar.

- Desculpe. - O sorriso de lado que me deu dizia perfeitamente que não sentia porra nenhuma. - Nada de doce para a senhorita a essa hora. - Suas mãos vieram para meus ombros me tirando da frente da geladeira. - Você já comeu dois pudins hoje. Fora a torta de framboesa. E se pensa que não vi o pote de balas que fica no seu quarto pela metade, está muito enganada.

- Tá controlando o que como agora? - Me desvencilhei dele cruzando os braços.

- Liguei pra sua obstetra e ela pediu que ficasse de olho na sua alimentação. - Franzi a testa.

- Por que ligou para a Dra. Taylor?

- Linda estava preocupada, já que vomita tudo de saudável que come. E depois se entope de porcarias. - Fiz uma careta.

- Só o sorvete. Por favor. - Juntei as duas mãos como uma criança suplicando por um brinquedo novo.

- Tá. Tudo bem. Mas só um pouquinho. - Revirou os olhos.

Joshua foi até a geladeira ainda aberta, pegou o pote, a tigela e colocou um bola do sorvete.

- Isso... aqui... é muito... bom. - Falei com a boca cheia.

Acabei lambendo a colher.

Puta merda.

Não devia ter feito isso.

O olhar que Joshua direcionava a mim, só fez com eu cruzasse as pernas.

- Matou seu desejo? - Ele sempre me perguntava isso ao final de cada coisa que eu queria comer.

- Na falta de outra coisa, serviu. - Dei de ombros e lambi a colher mais uma vez.

- Qual desejo o sorvete de chocolate está substituindo? - Franziu a testa. - Sabe muito bem que é só me dizer o que tá com vontade que eu dou um jeito de conseguir pra você. Temos um mercado 24 h aqui perto.

Minha RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora