Capítulo 28

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Joshua

Porra.

Que porra.

Mas que caralho.

Onde no inferno eu estava com a cabeça quando perguntei a Gracie se ela iria pra minha cama?

Eu sou um idiota.

Ela está na minha casa, é minha hóspede.

Mas ainda é minha secretária.

E as coisas que falei pra ela...

Me segurei por tanto tempo para não dizer o que pensava sobre Cameron Davis.

E na primeira oportunidade, o que faço?

Abro minha grande boca.

Isso, porque tinha acabado de chamar Gianne de linguaruda.

Porém, dessa vez não deu pra ficar calado.

Dessa vez, me enfureci ao ver Gracie aceitar tão facilmente as desculpas esfarrapadas que aquele imbecil deu a ela.

O fato dela descobrir o chifre e aceitar tão fácil a traição, foi a gota d'água pra mim. Perdi minha razão e acabei gritando com ela.

Eu devia ter voltado até lá para me desculpar.

Ainda mais depois de ver seus olhos marejando rapidamente, antes de vir pro meu quarto, bater à porta de raiva e entrar no chuveiro.

Devia bater à porta do seu quarto agora e me desculpar, conversar, fazê-la sorrir.

Porque, Gracie não tem culpa.

É apenas uma vítima daquele filho da puta manipulador.

Porque eu tenho conhecimento que é exatamente isso que um manipulador faz.

Eu sei, que é o que o seu namorado faz.

Sei que, como Cameron já conhece seus pontos fracos, ele os usa para se fazer de vítima quando quer esconder as merdas que faz, provocando em Gracie um grande sentimento de culpa.

Provavelmente foi isso que fez quando ela descobriu que ele a traiu, virou o jogo totalmente a seu favor, colocando a culpa na ausência dela por ele ter tido a chance de ficar com outra pessoa.

Que inferno.

Me culpei a noite toda por isso.

Por ter gritado com ela.

Por ter me metido em sua vida pessoal.

Precisei acordar cedo, bem antes de me encontrar vê-la, e vir até Chris pra espairecer.

Tudo, porque não sabia se já havia me acalmado o suficiente para ter o controle sobre minha língua. Para não dizer mais algumas verdades sobre seu namorado para minha hóspede.

- O que você tem? - Meu amigo perguntou da sua cadeira no escritório.

Pela sua cara amassada devia ter acabado de acordar. Bom, ainda era realmente bem cedo.

- Por que acha que tenho alguma coisa? - Meu semblante se fechou com sua pergunta.

- Está agitado desde que chegou, e essa testa franzida, também, desde que chegou, não combina com você. - Afirmou fazendo um gesto com o indicador para meu rosto enquanto me estudava.

Christopher me conhecia o suficiente para saber quando eu não estava bem. E por mais que as vezes nós dois guardássemos muitas coisas para nós mesmos, em determinado momento, sempre buscávamos um ao outro para conversar e colocar pra fora o que nos incomodava.

Minha RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora